Friday, October 06, 2006

"Slices of life"

Muito aconteceu desde a última vez que aqui escrevi... Tantos episódios insólitos que queria ter apontado e que, no entanto, fui adiando, por falta de tempo e de motivação. Como aquela vez em que, ao atravessar uma das pontes de Limerick, nos deparámos com um cisne parado na estrada, causando uma longa fila de trânsito... E ninguém se atrevia a aproximar-se do bicho (sim, porque os cisnes são criaturas belas e elegantes, mas bastante temperamentais). Felizmente, não estava do nosso lado e pudemos seguir viagem. Fiquei, no entanto, sem saber se o cisne se dignou a mover por si só ou se alguém conseguiu persuadi-lo a levantar vôo.

Outro episódio curioso passou-se quando estava em casa, a jantar à pressa (tínhamos ensaio para o musical nesse serão) e alguém bateu à nossa porta. Como ainda não conheço os meus vizinhos (são tão discretos e sossegados, que às vezes me pergunto se existem mesmo), estava à espera que fossem ou as testemunhas de Jeová ou a companhia telefónica que não se cansa de anunciar novas promoções. Ponho uma cara apressada, tenho a ladainha do costume na ponta da língua... Mas quando abro a porta vejo quatro crianças que me desafiam em uníssono: "Dás-nos 50 cêntimos se recitarmos um poema?". Fiquei desarmada. Foi-se a pressa, abriu-se um sorriso...e a carteira:-)

Friday, September 15, 2006

Veneza tem mais encanto...
































...na hora da despedida. Só pudemos passar uma tarde na cidade mágica porque o nosso vôo partia nessa mesma noite para Dublin, mas foi uma experiência maravilhosa. Faltam-me as palavras quando tento descrever a praça de S. Marcos. As arcadas com lojas e cafés que, na sua maioria, preservam a decoração original dos diferentes compartimentos do palácio, a torre sineira (foto em cima), a basílica (foto em baixo), música clássica ao vivo, tudo contribuía para criar uma atmosfera única.

Tenho pena de não ter imagens do interior da basílica. Fartei-me de ginasticar o pescoço: ora ficava fascinada pela decoração das abóbadas (um autêntico céu de ouro), ora admirava o pormenor dos mosaicos que ornavam o chão.

Passámos o resto da tarde a passear pelas ruelas, a atravessar as pontes e... a ver passar gôndolas:-) Depois do cruzeiro estávamos demasiado pelintras para pagar 80 euros por 30 minutos de romantismo. Fiquei completamente cativada pelas peças de vidro murano. Estava familiarizada com aquelas medalhas venezianas coloridas, mas nada me fazia esperar as peças de arte que vi em exibição em várias lojas. Lindo! Não resisti a comprar um colar feito do dito vidro...

Finalizámos a lua-de-mel com chave de ouro: um passeio de barco que nos deu uma boa ideia da cidade. Agora só me resta dizer: quero mais!!!!

Tuesday, September 12, 2006

Corfu: um pequeno paraíso





























O dia em Corfu foi passado numa longa caminhada por trilhos pouco explorados, o que nos permitiu fugir aos locais "para turista ver". Soube tão bem o contacto com a natureza, quase sempre à sombra, e com paragens suficientes para recuperar forças e refrescar a garganta.

Vimos recantos absolutamente paradisíacos. Cada nova praia a que chegávamos era ainda mais encantadora que a anterior... A água era límpida ao ponto de parecer irreal. Lindo! O que eu dava para estar lá neste momento e esquecer o telefone que teima em tocar.(Provavelmente repararam que não tenho escrito nada, tenho estado extremamente ocupada no trabalho e fora dele....).

Durante a maior parte do percurso, pudemos observar a costa albanesa, ali tão pertinho. O contraste era gritante: do nosso lado, dominava o verde, enquanto que do outro a paisagem era agreste,nua e triste. E no entanto, a distância era mínima, quase "nadável":-)

Passámos uma hora a refrescarnos na última praia que visitámos. A água era morna, apetecível... Mas não há bela sem senão: os seixos tornaram a experiência um pouco dolorosa. Ainda assim, valeu bem a pena!

Thursday, August 31, 2006

Knossos


Terceira paragem: Creta

A manhã foi passada nas ruínas do palácio Knossos, centro da civilização minóica. No seu apogeu, chegou a ter 1300 divisões, alcançando 5 andares de altura em partes, com um sistema de água e esgotos extremamente avançado. Hoje, para além destas duas imagens e um ou outro espaço restaurado, visitar o palácio é um exercício de imaginação para ver o que já não está lá. São migalhas de uma civilização intrigante.

A segunda imagem, a sala do trono, foi a parte que mais me despertou a atenção... O trono é particularmente pequeno e estreito e há quem defenda, por isso, que era ocupado por uma mulher. Esta teoria não é a mais popular, mas é sem dúvida a mais curiosa.

A tarde foi passada no museu de Creta... As peças eram interesantes, mas a visita tornou-se cansativa porque a sua disposição era pouco apelativa e a iluminação também não ajudava. Ainda assim, gostei particularmente dos frescos minóicos, que parecem resultar de um cruzamento entra a cultura grega e egípcia... Infelizmente não tenho fotografias.

Tuesday, August 29, 2006

Um cheirinho da Turquia



















Segunda paragem: Kusadasi e Éfeso






Talvez porque as expectativas não eram tão altas, Éfeso impressionou-me deveras e fiquei com vontade de regressar à Turquia. Hoje é uma cidade em ruínas, mas ao passear pela sua avenida principal, rodeada de colunas, fontes, templos, casas, banhos públicos, biblioteca, anfiteatro sente-se que um dia aquele lugar foi um centro cosmopolita e cheio de vida.

Estava imenso calor, mas ainda assistimos a uma curta representação à entrada da biblioteca (imagem à esquerda) , recriando personagens do império romano. O que mais impressionou foi o enorme anfiteatro, com capacidade para 25000 espectadores, que ainda hoje é utilizado em raras ocasiões (imagem à direita). É difícil imaginar que Julio Iglesias e Madonna actuaram no mesmo local onde S. Paulo pregou às multidões...

Mais tarde, regressámos a Kusadasi, onde não escapámos a uma sessão de marketing de tapetes turcos. Fechados numa sala ampla com ar condicionado, o nosso grupo teve que digerir 45 minutos de tapetes a serem desenrolados. De cada vez que um deles era posto aos meus pés e me diziam o preço, tinha medo de o estragar só de olhar para ele... magníficos, sem dúvida, mas mal empregues para tapete. A parte mais simpática da visita foi o momento em que nos ofereceram chá de maçã turco. O único problema foi não poder saborar verdadeiramente a bebida porque a cada instante julgava que ia entornar o copo, deixar uma mancha e ter de sair de lá com um tapete às costas (hmmm, se calhar a bebida era mesmo parte desse plano).

Antes de regressarmos ao barco, passámos pelo mercado. Tanto para ver! Mas tivemos literalmente de fugir de lá porque os comerciantes não nos deixavam em paz. E compre, e faço desconto, e venha aqui...socorro! Não podia admirar nada sem que um vendedor se colasse a mim e me bombardeasse com mais produtos . Acabámos por só comprar chá e "turkish delight".

Monday, August 28, 2006

Love Boat

"Splendour of the Seas " não impressiona tanto por fora como por dentro: 11 andares, inúmeros bares, lojas, duas piscinas, jacuzzi, sauna, ginásio, mini-golf, "rock climbing", SPA, discoteca, grande sala de espectáculos, casino, sala de conferências, galeria de arte, biblioteca, etc... Já estão com inveja? Então já ficam sem ela, porque a primeira parte do barco que eu vi foi a enfermaria!

Tive uma gastroentrite nada simpática e como o diagnóstico não era defintivo, eu e o Bruce ficámos de quarentena por dois dias, fechados no quarto (já estou a imaginar os vossos sorrisos marotos). Ainda assim tivemos sorte porque não perdemos nenhuma das excursões, já que esses dois dias foram passados em alto mar. A cabine era bastante espaçosa , com uma enorme janela, a 2 metros acima das ondas preguiçosas do Mediterrâneo.

No segundo dia, à noite, tivemos autorização para sair e comemos finalmente na luxuosa sala de jantar, onde tínhamos já lugares marcados. Durante o cruzeiro, partilhámos a mesa com uma família americana muito conversadora (casal e dois filhos adolescentes) e um par italiano... que mal conhecemos, já que cada dia chegavam um pouco mais tarde, até os deixarmos de ver de todo. Estavam sempre bem-dispostos, mas os seus estômagos italianos recusavam-se a jantar às 18h30m.

Primeira paragem: Atenas

Há já muito que queria visitar a Grécia, especialmente depois de ter estudado Filosofia. Estava ansiosa por passear pela Acrópolis e ver as cariátides face a face. Apesar de ser um espaço carregado de história, o peso do calor e da cidade gigantesca em redor tapavam o seu encanto. Estava no cimo do monte, ao ar livre, e senti-me claustrofóbica: prédios a perder de vista, sem um pontinho verde, com ruas anoréticas e cinzentas. Que me perdoem todos aqueles que gostam de Atenas, mas a cidade fez-me pena. Faz-lhe falta Sócrates...

Friday, August 18, 2006

Mnham, mnham...



A sala de jantar estava linda, com os arranjos de flores, as velas acesas e música (jazz) ambiente... E a comida estava óptima - aqui fica o menu para vos abrir o apetite:

Abacaxi com frutos do mar e molho rosa
Creme de legumas
Tranches de cherne com molho de lagosta
Perna de porco assada com puré de maçã
Tiramissú

Passou num instante... Entre cada prato íamos distribuindo as prendinhas (canetas e leques) e lá chegou o momento do mini-concerto. Estivemos mesmo a ponto de não ir para a frente com a ideia. A música que tínhamos planeado apresentar não estava ainda bem estudada e à última da hora escolhemos outra - uma peça alentejana com um arranjo giríssimo, mas bastante aguda. Com os nervos, saiu-me a voz esganiçada (desculpas...), mas o concerto foi para a frente.

Os meus sobrinhos e especialmente as minhas sobrinhas apresentaram músicas da Floribela; o meu pai, irmãs e companhia cantaram juntos, e finalmente o pai e a irmã do Bruce e um amigo nosso trouxeram ainda mais canções. O momento alto do concerto foi, contudo, "o samba da titi Luísa" cantado pela minha irmã Teresa, pelo João e pela pequena Carolina:-) Derreteram corações! Quem me dera poder pôr aqui a gravação...

O resto do serão foi passado a dançar e a comer. Os convidados irlandeses ficaram tão maravilhados com a apresentação do buffet (cá não se vê nada disso) que estiveram meia hora a contemplá-lo e a tirar fotos, até que o Bruce e eu tivemos que insistir que sim, era mesmo para comer:-)

Nota: Não percam o próximo capítulo... Lua-de-mel!
E mais novidades: vamos voltar a entrar num musical... "It's Broadway!" está a caminho.

Wednesday, August 16, 2006

Copo d'água


Saímos da igreja sob uma chuva de pétalas de rosa. Como estava imenso calor, tirámos a foto de grupo e seguimos logo para o hotel em busca de refrescos e ar condicionado.

Quando lá chegámos, o espantalho que tínhamos contratado já estava a postos para entreter as crianças... Mas espantado ficou ele (e eu) quando viu que as crianças não lhe prestavam atenção nenhuma! O pobre coitado acabou por dirigir-se aos adultos, enquanto eu tentava reunir a criançada na sala das brincadeiras. E finalmente lá foram entreter-se com pinturas e afins...

Entretanto, no hall do Hotel Colina do Castelo, comia-se e ouvia-se música deliciosa tocada por dois amigos meus, a Susana (violino) e o Rui (acordeão), que deram um toque celta à nossa festa... E, claro, a sessão das fotos com os convidados começou. Confesso que não foi difícil, porque não tivemos que aguentar estoicamente os nossos sorrisos sob um sol abrasador, como fazem geralmente os noivos no Verão ( aliás, esposados - quem esteve no casamento, sabe bem o motivo desta correcção:-) Optámos tirar as fotos no interior do hotel, porque não queríamos que os convidados irlandeses ficassem com a pele cor de lagosta (o facto de nós estarmos com fatos pesados e cheios de calor não teve, obviamente, nada a ver com o assunto).

Decidimos mais uma vez ser pouco ortodoxos e cortar o bolo antes do jantar: assim todos puderam saboreá-lo antes de o estômago estar demasiado cheio... E resultou bem! Enquanto os convidados comiam, escapulimo-nos para o Castelo, tirámos mais umas fotos e ainda regressámos a tempo de fazer um mini-ensaio para o concerto dessa noite.

(to be continued...)

Monday, August 14, 2006

Marchar, marchar

Decidi acabar de uma vez com o suspense. Acreditem ou não, tinha 114 ganchos no cabelo! O Bruce deu-se ao trabalho de os contar no dia seguinte. Chega de penteado, ou nunca mais chego ao altar.

O meu cunhado Amândio ofereceu-se como motorista e a minha afilhada Maria, menina das alianças, veio comigo no carro. Não fomos pelo caminho mais directo para igreja, para dar tempo a que os convidados lá chegassem antes. Ainda assim, estive ainda algum tempo à espera que os últimos entrassem e quando já me dirigia para a porta da sé, apercebi-me de que... faltava o meu pai:-) Mal ele chegou, ouviu-se o início imponente de "Trumpet Voluntary" tocado pelo órgão e pelo trompete. Estou agora mesmo a ouvir a marcha de novo e sinto-me a reviver a entrada.

(Podem ouvir a marcha no seguinte site - a primeira da lista:
http://www.stclementchurch.org/weddings/music.html


Pé direito, pés juntos, pé esquerdo, pés juntos. A peça é relativamente longa, e o Jorge, o meu amigo organista, tinha-me avisado para entrar devagar... Mas devia ter ensaiado com o meu pai e a Maria. Entrámos os três a marchar em ritmos diferentes e quando levantei os olhos e vi os convidados, deu-me um "baque" e achei que ia tropeçar nos meus saltos altos (a que, de resto, não estou habituada). Felizmente isso não aconteceu, e nos últimos 8 metros já ia pé direito, pé esquerdo, pé direito, pé esquerdo, accelerando, que o altar ainda parecia longe.

E levanta-se o véu. Curiosamente, a partir daí senti-me viver fora de mim. Tinha tanto medo que algo corresse mal, dadas as diferenças linguísticas (a cerimónia foi em português e inglês) e religiosas (eu sou católica, o Bruce é protestante). No entanto, correu tudo melhor do que tínhamos planeado. A música foi angelical, as homilias verdadeiramente inspiradas (uma em português pelo meu tio Ilídio, padre, e outra, pelo pastor protestante, nosso amigo, em inglês) e o Bruce e eu não nos enganámos nos votos, nem nos esquecemos das alianças. Foi lindo!

Aqui fica uma benção apache que colocámos na contra-capa do livrinho da cerimónia:

Now you will feel no rain, for each of you

will be shelter for the other.

Now you will feel no cold for each of you

will be warmth to the other,

Now there is no more loneliness for you.

Now you are two bodies, but there is only

one life before you.

Go now to your dwelling place, to enter into

the days of your togetherness.

And may your days be good, and long

upon the earth.

Thursday, August 10, 2006

Terra Firme


Regressei de lua-de-mel no domingo passado (cruzeiro às Ilhas Gregas), mas só agora começo a ter os pés assentes em terra firme. Quando acontece tanto em tão pouco tempo, o coração precisa de digerir lentamente a realidade. Ainda o tenho a transbordar de momentos, memórias e palavras.

Os dias anteriores ao casamento passaram num abrir e fechar de olhos. Dormi bastante bem na véspera e como a cerimónia foi só à tarde, não tive de me levantar muito cedo (sim, uma noiva tem direito a ser preguiçosa;-). Agora adivinhem quantas horas passei no cabeleireiro? Dou-vos uma pista: estive lá mais tempo nesse dia do que no resto do ano todo. Três horas! Valeu a pena quanto mais não seja porque tive direito a sentar-me numa cadeira de massagens enquanto me lavavam o cabelo... E confesso que fiquei muito satisfeita com o penteado (e assustada com o preço!). Mais um desafio: quantos ganchos tinha o apanhado? Fico à espera de comentários, digo para a próxima.

Saí do cabeleireiro já com o véu posto... Tendo em conta que estava ainda de calças de ganga, o conjunto era, no mínimo, invulgar. E foi assim que fui buscar o meu ramo de orquídeas e regressei a casa, o mais sorrateiramente possível, dadas as circunstâncias... Para chegar ao meu quarto antes que os convidados me vissem.

Apertar os todos botões do vestido levou o seu tempo, mas ainda consegui ficar arranjada para tirar as fotos da praxe no quarto. Não tenho paciência nenhuma para poses e os fotógrafos, como já tinham sido avisados, não me torturaram muito :-) Chegada a hora, e como não queria mais de 20 minutos de atraso, comecei a pedir ao convidados para irem para a igreja. Os nervos começaram a apertar e acho que no fim estava quase a enxotar as últimas pessoas que ainda estavam (naturalmente) agarradas aos maravilhosos pastéis de carne da minha mãe... Peço desculpa se fui demasiado brusca.

E por enquanto o relato fica por aqui... Assim que puder continuo. Infelizmente ainda não tenho fotos do casamento, mas fica aqui uma de que gosto particularmente, tirada por um amigo nosso, Ian Collins.

Friday, July 21, 2006

Férias

Parto para Portugal já neste domingo e não terei oportunidade de actualizar o meu blog durante as próximas duas semanas - valores mais altos se levantam... Depois conto como correu o casamento e a lua-de-mel. Fiquem bem.

Nomes, caras e vozes

Sempre tive dificuldade em decorar nomes e já passei por várias situações embaraçosas à custa disso. A mais comum é quando me vejo na necessidade de apresentar duas pessoas e não me lembro do nome de pelo menos uma delas :-) O pior é quando chego a telefonar à pessoa errada por causa disso (ora Elsa e Célia não são dois nomes parecidíssimos?).

Para castigo, tenho aguentado estoicamente quando me chamam Carla, Teresa, Elisa, e Lúcia. Curiosamente, até cá na Irlanda me chamam Lucía, com um toque espanhol, a julgarem que estão a pronunciar o meu nome muito bem, sim senhor...

Mas caras, caras fixo eu bem. E ultimamente, por causa do meu trabalho, reconheço mais as pessoas pela voz. Há dois clientes em especial que ligaram tantas vezes que até já lhes conheço o respirar. Um, pela presunção e e antipatia, deixa-me com um nó no estômago, a outra, candidata à categoria de "cliente mais confusa do ano", dá-me dores de cabeça. Ontem, foi o dia desta última voltar a telefonar. Ainda que tentasse reproduzir o que foi dito, não conseguiria...

Fiquei com a cabeça às voltas e mal tive tempo de recuperar, já que tinha outra chamada à minha espera. "I am ringing from Portugal"- diz a voz do outro lado. Que alegria! O meu primeiro cliente português ao telefone! Para o produto em questão só está previsto o apoio técnico em inglês, francês e alemão, por isso não é de estranhar que a voz fique surpreendida quando lhe digo que falo português.

Para tornar a situação ainda mais agradável, o problema não era complicado e rapidamente pude arranjar solução. No fim, recebo "um abraço cheio de sol" e fico patrioticamente bem-disposta. Obrigada, senhor Evaristo!

Thursday, July 20, 2006

Era uma casa irlandesa, com certeza...

A casa onde tenho estado a viver já teve vários ocupantes diferentes desde que me mudei para lá em Janeiro. Inicialmente, eram só estudantes, mas assim que os exames acabaram, fiquei com companhia mais diversificada: uma fisioterapeuta desportista a preparar-se para o triatlo, um simpático naturista fumador de meia-idade, uma enfermeira indiana entre a tradição e a rebeldia, e uma irlandesa aventureira doida por coca-cola. E eu, bem, quem me conhece, que me defina...

Os nossos ritmos de trabalho, hábitos alimentares e comportamentos diferentes tornaram a casa mais colorida e desde logo a camaradagem entre todos criou um ambiente muito acolhedor. Ontem mimaram-me com um jantar de despedida (só parto no sábado, mas era a única altura em que podíamos estar todos juntos) e passámos o serão a saborear a comida e a conversa. E fiquei com saudades futuras desta comunidade tão heterogénea e hospitaleira.

É pena que a mudança implique isso mesmo - mudança e não acumulação.

Monday, July 17, 2006

E estás nervosa?

A contagem decrescente já começou: faltam 11 dias para o casamento. E, claro, a pergunta da praxe já me persegue: "E estás nervosa?". Para todos aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de me perguntar, aqui vai a resposta antecipada: "Não, estou feliz." Mas, é claro, que se eu continuar a ouvir isto todos os dias, acabarei por me sentir ansiosa. Por isso, tenham dó de mim e deixem-me saborear estes últimos dias de solteira...

O fim-de-semana passou a correr entre preparativos, compras e amigos. Entretanto, já começámos a transportar roupas e livros para a nossa casa nova - o nosso melhor presente de casamento. Não, não comprámos, é alugada. Passo a explicar: há cerca de um mês fomos jantar a casa de um amigo checo que vive em Ennis, e saímos de lá com a barriga e o coração cheios...

Ainda não tínhamos tido tempo para começar a procurar nada, e o Pavel, o nosso amigo, perguntou-nos onde íamos viver. Não, não sabíamos. "Vão comprar ou arrendar?" Por enquanto só estavamos interessados em arrendar. "Ai sim? E em que dia é que se casam?" Vinte e oito de Julho, respondemos. "Bem, eu regresso à República Checa no dia 29 de Julho e a casa fica livre..." Não, minha gente, não há coincidências: há Deus!

A casa é um mimo: novinha em folha, moderna, 3 quartos e o senhorio é uma simpatia. Mal podemos esperar por regressar de lua-de-mel... Quando puder, mostro uma foto. Sim, vamos mudar de terra - até agora temos estado em Limerick, mas as vivendas que lá vimos eram caríssimas e velhas, e sabe bem começar uma vida a dois com cheirinho a fresco...

Friday, July 14, 2006

Anything Goes

Estou com imensas saudades de voltar a cantar e a dançar: o musical de Cole Porter em que participei em Abril deixou-me com água na boca. Foi, de facto, uma excelente oportunidade para aprender a estar em palco e um grande desafio para decorar as coreografias. Houve momentos verdadeiramente anedóticos, em que cada um parecia ter uma coreografia diferente...para a mesma música. Graças à ajuda de elementos do grupo mais experientes e a uma preciosa máquina de filmar lá conseguimos acertar com os passos. E, imaginem, ganhámos o prémio nacional da melhor coreografia! Parabéns Niamh (a nossa coreógrafa), que puxou por nós até ao limite - valeu a pena!
Lá para meio de Agosto começam os ensaios para um espectáculo com músicas de Broadway e mal posso esperar, apesar de saber que durante um mês vou ficar sem tempo para mais nada...
Entretanto, se quiserem ver mais fotos do espectáculo, aqui têm o link:
http://www.limerickmusical.com



Friday, July 07, 2006

Tenho uma novidade...2

Sim, adivinharam: mais outro sobrinho a caminho. Parabéns Paula e Amândio! Minha gente, o que Portugal precisa é de mais famílias Mendonça: mais crianças = mais alegria, mais alunos, sangue novo, futuros trabalhadores... Estou convencida que a prosperidade da Irlanda assenta tanto na juventude da sua população, quanto no investimento na educação e desenvolvimento tecnológico.

Esta semana tenho estado bastante ocupada no trabalho e em casa, com os preparativos de última hora. Além disso, confesso que me tem faltado inspiração e sobrado preguiça, o que explica este silêncio. Graças a Deus, já tenho os pés de novo assentes na terra e deverei poder dançar no meu casamento (ah, Bruce, julgavas que te livravas...).

De resto, não há grandes novidades. O tempo por cá tem andado pesado e agora sinto na pele como é difícil aguentar 25º C num ambiente húmido... Pela primeira vez desde que estou na Irlanda desejei que chovesse. Não foi preciso esperar muito: hoje já choveu a cântaros:-)

Thursday, June 29, 2006

O meu pé esquerdo

Depois de terminado o musical, fiquei com demasiado tempo livre. Então, já que tinha persuadido o Bruce para cantar e dançar comigo em Anything Goes, decidi deixar-me levar para a equipa de tag rubgy. Este desporto não é violento (ao contrário do rugby tradicional), mas ainda assim a minha mãe ficou alvoroçada: "Imagina que partes uma perna, e vais engessada para o casamento, ou então ficas com um olho negro?!" As mães têm destas coisas. Mas também é verdade que quase sempre têm razão.

Escusado será dizer que, após esta conversa telefónica, comecei a ir com o pé atrás para os treinos. Comecei a faltar mais e já tinha decidido deixar de jogar 15 dias antes do grande dia.

Utimamente tenho tido os serões bastante ocupados e além disso estive um pouco adoentada na semana passada, razões mais que aceitáveis para não ir jogar tag rugby. Ironia das ironias: fiquei com uma tendinite no meu pé esquerdo exactamente quando não fazia qualquer desporto! Vá-se lá perceber... Na terça-feira tinha ido para a cama com uma leve dor no pé. Quando me levantei no dia seguinte, comecei a coxear e a cada vez que me apoioava do lado esquerdo, sentia desconforto. Continuei a andar e a insistir. Até que ontem à noite o pé inchou e a dor se tornou mais forte e agora não posso de todo fazer pressão sobre o meu pé esquerdo.

A minha vida tornou-se um verdadeiro jogo da macaca: vou para todo o lado ao pé coxinho. Entretanto, um amigo, dono de um restaurante, arranjou-me uma bengala que um cliente esquecera 5 meses atrás (ainda bem que há mais pessoas tão despistadas como eu... nem sabemos o bem que andamos a espalhar pelo mundo:-)

Ainda assim, a bengala não foi suficiente para subir os dois andares e chegar ao trabalho: tive de ir às cavalitas do Bruce. Confesso que não sei se regressei à infância ou se saltei para a terceira idade...

Tuesday, June 27, 2006

Adeus inesperado

Foi na semana passada, mas ainda não tinha tido tempo de escrever sobre esta despedida. OlaTunde, um amigo meu nigeriano que vivia já há 5 anos na Irlanda, viu-se forçado a regressar ao seu país de origem porque o visto expirava na sexta-feira. Tinha-o conhecido 3 anos atrás, quando cá estive em ERASMUS. A universidade inteira conhecia o seu enorme sorriso e a sua frase mais ouvida: "God is good".

Durante este tempo, Olatunde estudou na Universidade e depois fez de tudo um pouco. Até que se viu sem trabalho. Sem visto. E sem tempo.

Foi aflitivo vê-lo tentar empacotar 5 anos em pouco mais de duas malas. Os nervos impediam-no de fazer escolhas. Voltava as costas ao relógio de parede e ia distribuindo pelos amigos aquilo que não podia levar. A 20 minutos do último autocarro para Dublin, onde iria apanhar o avião para a Nigéria, Olatunde não conseguia deixar o seu quarto: uma e outra vez voltava atrás para trazer mais qualquer coisa. Tivemos de o puxar para o carro e arrancar para a estação, onde chegou a tempo de comprar o bilhete e tirar uma foto de despedida com os amigos.

Ontem voltei a olhar para a foto: o sorriso continua lá... atrás de lágrimas envergonhadas.
Fica bem Tunde.

Thursday, June 22, 2006

Lista de casamento

A pedido de algumas pessoas, deixo aqui o endereço electrónico da loja em que temos a lista de casamento, para aqueles que estão interessados em comprar uma prenda online. Por favor, não se sintam de todo na obrigação de o fazer, é apenas uma sugestão.

http://www.roches-stores.ie/pls/gift/gift0090.get_query


O nosso "registry number" é: 201884.
Também nos podem encontrar pelo nosso nome ou data de casamento.

Nota: A partir de 27 de Junho, começam os saldos e vários productos da lista vão ter uma redução de 15% a 25%, por isso esperem até lá.

Small World

Esta semana tem sido demasiado intensa... No sábado fui a Cork visitar umas amigas e acabei por escalar as montanhas Galtee e apanhar um escaldão nos ombros. Um escaldão, na Irlanda, com a minha pele morena: o impossível acontece! Ainda assim valeu a pena pela magnífica paisagem e pela sensação indescritível de ter conseguido chegar ao cume . Prometo que mostro as fotos assim que possível. Quando estava já de rastos, as minhas amigas surpreenderam-me com um jantar-despedida-de-solteira num dos restaurantes mais acolhedores em que já estive: Leonardo's. E mais não digo.

No dia seguinte, ainda antes de regressar a Limerick dei uma volta por uma feira de emprego: nada a registar, sempre o mesmo trabalho enfadonho para quem domina várias línguas - technical support, customer service...

Segunda-feira: fiz 25 anos. Aliás, vinte e cinco - o número, assim por extenso, ganha mais peso. Para o tornar insuportável, basta dizer "um quarto de século". O trabalho não correu bem de todo, mas o serão passado com alguns amigos foi um bálsamo.

Terça-feira: Tenho uma chamada não atendida no meu telemóvel e um email à minha espera - uma agência de emprego tem uma oferta que talvez me interesse. Assim que acabo o trabalho, entusiasmada, ligo para o número em questão. Não sabem quem eu sou. Não têm o meu currículo. Mas como é possível se nesse mesmo dia me tinham telefonado?! Afinal há desorganização em todo o lado...

Pedem-me que lhes diga qual é a minha área - línguas, digo eu. Fluente em português, inglês, espanhol, com nível intermédio de francês e italiano. " E fala Alemão?". Nein, foi o que me apeteceu dizer. É verdade que as línguas que falo são bastante semelhantes e fáceis de aprender por "comparação". E, sim, quero aprender alemão, apesar de ainda não ter tido tempo. Mas isto é um abuso... Só falta perguntarem se também faço o pino! (não, não faço)

A história não acaba aqui... "E onde é que trabalha neste momento?" Digo-lhes o nome da empresa. "Ah, sabe, a oferta de emprego é exactamente para essa companhia..." Small world.

Tuesday, June 13, 2006

Alarme

Cinco minutos antes de terminar o trabalho, recebo um telefonema de mais um cliente ansioso por ver o seu problema resolvido o mais rapidamente possível: "Tenho uma apresentação amanhã e não consigo recuperar o vídeo que necessito". Os clientes fazem-me lembrar alguns dos meus ex-alunos, fazendo o t.p.c. à última da hora e, por vezes, com "apoio técnico"... Enfim.

Estava desejosa de me ir embora para casa, e ainda por cima não estava à vontade com o produto em questão e a linha telefónica era péssima. Respiro fundo e ... dispara o alarme de fogo. O barulho é ensurdecedor mas o cliente não desiste: "Olhe, eu preciso mesmo de ajuda". Todos se preparam para evacuar a sala, enquanto do outro lado da linha a voz continua, "mas eu preciso disto para amanhã". É claro que tive de desligar e, ao fazê-lo, ainda ouvi "Chatice!" do outro lado.

É incrível como o ser humano, quando confrontado com problemas, se esquece de que os outros, geralmente, ainda os têm piores... Felizmente, tratou-se de falso alarme e estou hoje de volta ao meu cantinho. Ainda bem que nem todos os clientes são assim.

Monday, June 12, 2006

Mendonca... Haja paciência!

Ontem é claro que não perdi Portugal-Angola, apesar de continuar a achar que é bem mais interessante jogar futebol do que assitir a um jogo sem poder interferir no resultado. Além disso, no primeiro perdem-se calorias, enquanto que no segundo, quase sempre se ganham umas quantas, entre aperitivos e bolachas para acalmar os nervos. Não fiquei particularmente impressionada com a nossa selecção, mas também não envergonhámos ninguém: golo a golo, enche a galinha o papo...

Houve, no entanto, algo que me revolveu as entranhas: tive que aguentar 93 minutos a ouvir o meu apelido a ser mal pronunciado. É caso para dizer: bolas! Alguém que diga ao locutor que não se diz Mendonca e sim Mendonça!

Há três anos atrás, quando vim estudar para a Irlanda ao abrigo do projecto Erasmus, ouvi e vi escritas as variações mais "africanas" do meu apelido (Mendonga e Mondonca eram as mais populares), a tal ponto que ver Mendonca, mesmo sem cedilha, já era uma vitória. Curiosamente, de uma maneira geral, as pessoas até iam dizendo o meu nome de forma aceitável... Agora ter de ouvir insultos destes na televisão - haja paciência!

Tuesday, June 06, 2006

Tenho uma novidade...

Na faculdade, os meus amigos já sabiam que quando eu começava por dizer "Tenho uma novidade... ", quase sempre terminava em "Vou ter mais um sobrinho!". Ontem tive a alegria de saber que voltarei a ser "titi lulu" uma vez mais. Parabéns Clara e Zé Tó! Sempre que isto acontece, sinto que o meu coração se expande para dar lugar a mais um sobrinho (é pena que não se passe o mesmo com a carteira... essa é inversamente proporcional ao crescimento da família:-)

Sempre me considerei duplamente privilegiada por vir de uma família numerosa e por ser a filha mais nova: todos me prestaram imensa atenção, me cobriram de mimo e os meus pais, depois de terem aturado 5 filhos, tornaram-se bastante mais flexíveis... Só o nascimento dos meus sobrinhos impediu que eu continuasse a ser o centro das atenções - e ainda bem! Entretanto já lá vão 11... e meio:-)

Thursday, June 01, 2006

Memória de computador

À medida que ia instalando mais aplicações, o meu computador começava a arrastar-se com o peso da informação. Cada novo programa acrescentado equivalia a pôr-lhe 10 anos em cima: mais sabedoria, menos rapidez... A situação estava a tornar-se insustentável, porque precisava das aplicações à mão e, simultaneamente, tinha clientes pouco satisfeitos e bastante impacientes ao telefone. A solução revelou-se tão simples quanto eficaz: bastou trocar o módulo de memória (DIMM) e voilá! Um PC rejuvenescido, sem perda de dados (claro, dirão os info-expertos).

Seria útil podermos fazer o mesmo com o cérebro humano... Eu, que tenho memória de borboleta, não me importava de gastar uns euros para aumentar a minha RAM cerebral.

Wednesday, May 31, 2006

15 minutos de Sol

Descobri há pouco que este foi o mês de Maio mais chuvoso na Irlanda desde que há registo. Assim se confirma que eu não estava só a queixar-me sem motivo... Hoje, finalmente, o sol dignou-se aparecer e, por enquanto as nuvens não são uma ameça. Soube-me bem aproveitar os 15 minutos de pausa para uma leitura soalheira, junto a umas vacas simpáticas (ainda que pouco conversadoras) que geralmente se passeiam pelo prado à frente da empresa. As instalações do call centre ficam no meio do campo, afastadas de tudo e é, de facto, agradável sair do escritório e dar de caras com a natureza.

Monday, May 29, 2006

Contornos


Há 9 anos vi uma árvore que me deixou perplexa. Aliás, não foi a árvore, foram os óculos que me fizeram parar: poder ver o pormenor do recorte das folhas apanhou-me de surpresa. E fiquei ali, no centro da cidade, a levantar e a baixar os óculos, a reviver o antes e o depois, o antes e o depois... Desde aí, e apesar de a minha miopia ser ligeira, raramente ando sem eles: já não prescindo dos contornos das folhas, das faces, da vida.

Nunca me preocupei em usar lentes de contacto porque sabia que, se fosse mesmo necessário, podia simplesmente tirar os óculos. No entanto, pensei que fossem a nítida solução para o dia do meu casamento. Enganei-me. Redondamente.

As lentes de contacto são autênticos objectos de tortura que decerto fazem parte do kit de qualquer carrasco que se preze. Se não tivesse já pago uma boa quantia pela consulta e pelo conjunto de lentes descartáveis, voltava atrás. Ver-me ao espelho, com os olhos esbugalhados e o indicador em riste não é propriamente agradável. E, claro, começo a pestanejar freneticamente.

Se até 28 de Julho não domesticar os meus olhos, irei míope para o altar. Com sorte, não me devo enganar no noivo.

Friday, May 26, 2006

Razões blogáticas

Há uns anos atrás, o blog estoirava e de repente toda a gente se podia tornar escritor do quotidiano. No entanto, como tenho alergia ao popular, mantive-me à parte, da mesma forma que evitei O código Da Vinci. Geralmente, espero que a moda passe e, então, dou uma espreitadela para ver se vale a pena ou não. E o blog (apesar do seu nome deselegante e nada eufónico) é uma pequena maravilha. Eis as razões que me levaram a criar o meu próprio blog:

1. Para manter as palavras acordadas. Sim, parece estranho, mas desde que vim para a Irlanda, sinto que o meu vocabulário português tem, paulatinamente, vindo a hibernar. A princípio, até achava engraçado quando não me lembrava de uma palavra em português e me ocorria logo o termo inglês. (Longe vai o tempo em que dizia ter a "hairy head" - uma tautologia evidente para quem me conhece - quando queria dizer que sou "cabeça no ar".) A verdade é que isso hoje me entristece, vejo-o quase como traição. Posso ter deixado o país e continuar a lamentar os seus defeitos, mas se eu me esquecer de ti, idioma de Camões, "fique presa a minha língua".

2. Para que eu possa continuar próxima dos meus amigos e família e , talvez, criar amizades bloguistas. É uma forma bastante mais prática e eficaz do que enviar emails individuais nos quais, invariavelmente, acabo por me repetir.

3. Para me manter ocupada. Desde que comecei a trabalhar, tenho demasiado tempo livre. Sim, não se trata de uma gralha, é mesmo verdade. Trabalho num call centre e se tiver 4 telefonemas por dia já é muito (é claro que também dou apoio técnico por email, ainda assim não é suficiente para ter estar activa desde as 8h30m até às 17h30m).

"Seja bem-vindo quem vier por bem."

Thursday, May 25, 2006

Boletim metereológico

Confesso que não me tinha apercebido da importância do boletim meterológico até me mudar para a Irlanda. Estava habituada a que fosse um apêndice das notícias, quando já ninguém realmente presta atenção (refiro-me ao conteúdo, não à forma... tenho a certeza que o público masculino disfruta do vestuário perpetuamente estival das apresentadoras). Aqui o tempo é notícia, não é só conversa de elevador... Trocam-se previsões para o fim-se-semana, no meio de queixumes sobre a chuva presente. Presta-se, de facto, mais atenção às informações pormenorizadas do boletim metereológico do que a quem as apresenta.Vive-se na expectativa de um dia de sol ou, pelo menos, de um dia sem chuva. Em vão.