Thursday, September 04, 2014

Fechado para obras

Há tanto para fazer na casa nova antes de mudarmos que temos passado vários serões a trabalhar/limpar a casa. Os meus sogros estiveram cá uns dias e deram uma ajuda preciosa, o Bruce está a desenrascar-se bem com a bricolagem, mas ainda há muito por fazer. Confesso que não me sobram forças para continuar a escrever o blogue por agora. Voltem por cá daqui a umas semanas.
Um abraço a todos!

Sunday, August 24, 2014

Casa Nova

Esta semana foi complicada com os três miúdos a acordarem a todas as horas durante a noite (oito horas de diferença horária não são brincadeira). O Daniel achou  o máximo levantar-se às 5 da manhã com os papás para tomar o primeiro pequeno-almoço e depois voltar para a cama mais 5 horas...

Como prometera, trago notícias: ao fim de oito anos de casados, finalmente comprámos casa!
Precisa de muito trabalho por dentro, mas é nossa e a localização é fantástica - o Bruce fica a 5 minutos a pé do emprego, e a escola do Daniel também é pertinho. O bairro tem uma zona verde muito simpática, e há um supermercado e uma farmácia mesmo ao pé.

Durante as próximas semanas vamos andar ocupados a pintar a casa, mudar o chão, pôr nova cozinha, comprar mobília... Só devemos mudar-nos para Shannon lá fim de Setembro. Quando a casa estiver mais apresentável, eu depois mostro mais fotos. Até lá, vou tentar ir actualizando o blogue uma vez por semana. Até breve!

Saturday, August 16, 2014

Home Sweet Home


Chegámos! A viagem não foi má: o Joel nunca chorou (mas também pouco dormiu), não houve muita turbulência e o Daniel e o Benjamin estiveram entretidos. Enquando estava no avião a cuidar do Joel, comecei a fazer o balanço mental da nossa aventura.

Para além dos amigos, vou ter saudades:
- Dos muitos parques, das árvores gigantescas, dos animais (esquilos, beija-flores, veados, águias...);
- Dos legumes e fruta fresca e deliciosa que comprava no supermercado Albertsons mesmo ao pé da nossa casa (onde as prateleiras de vegetais eram frequentemente pulverizadas com água);
- Do programa de rádio para miúdos, Kids Place Live, que ouvíamos durante a semana no carro (eu ria-me tanto ou mais que os miúdos);
- Da piscina e do sol;
- Das aulas de Taekwando do Benjamin;
- Do preço da gasolina e alguns medicamentos (ipobrufeno é uma pechincha)
- Das palavras simpáticas de completos estranhos.

Por outro lado, não vou ter saudades:
- Das grandes distâncias e do trânsito em Portland;
- Dos cafés Starbucks (super caro e sem ser nada de especial, enjoa por estar em todo o lado - a caminho do trabalho do Bruce passava ao lado de 4 franchises...);
- Da diferença horária (oito horas de atraso tornavam os telefonemas complicados);
- De pão e iogurtes com montanhas de açúcar;
- Das inúmeras cartas que chegavam  à nosa caixa de correio dirigidas a inquilinos anteriores;
- Das quatro casas-de-banho do nosso apartamento.

Os miúdos a despedirem-se do Shute Park na véspera de partirmos.

E agora? Sobre o que é que eu vou escrever?... Voltem cá daqui a uns dias e talvez tenha mais notícias para contar...

Thursday, August 14, 2014

To be continued...na Irlanda

Estamos quase quase de partida. Só falta acabar de fazer as malas, limpar a casa toda, lavar e secar lençóis e toalhas,  livrar-nos da comida que sobrou no congelador e dos brinquedos que não cabem nas malas, entregar o carro, ir para o hotel... Falta pouco, falta! Socorro, alguém quer cá vir dar uma ajudinha?
O Bruce não me deixa escrever um post em condições: "Luísa, vem dormir que amanhã temos mil e uma coisas para fazer"... Ok, ok, já vou. Mas ao menos deixo aqui uma foto tirada ontem em casa de bons amigos num jantar de despedida.
Ainda tenho tanto para contar sobre a nossa experiência, mas acho que vai ter de ficar para quando chegarmos à Irlanda (chegamos sábado de manhã). A menos que consiga arranjar um tempinho amanhã entre a limpeza das quatro casas-de-banho...

Sunday, August 10, 2014

G. I. Joel

Quando chegámos a Portland, o look do Joel era assim:
Só que o rapaz rapidamente aprendeu a tirar os óculos e a usá-los como osso. Com as destreza das mãos a melhorar e os dentinhos a atacar (nasceram quatro ao mesmo tempo), o nosso caçula apanhava tudo o que estivesse ao seu alcance. Mas o seu plano era ir mais longe...
Aqui se vê o Joel a fazer aquecimento dos pezinhos... E não é que resultou?! O rapaz começou a gatinhar, primeiro de marcha-atrás, mas depois meteu a primeira e agora já ninguém o pára! Há dias fomos à praia e à mínima oportunidade, saía da toalha e dava nisto...
Parece que ainda gosta mais de areia do que os irmãos!

Thursday, August 07, 2014

A nossa rotina

De segunda a sexta, os meus dias são mais ou menos assim...

7h: Dar de mamar ao Joel.
7h30m: Começar a acordar o resto do pessoal e preparar papa de aveia com canela e fruta fresca (mirtilos, morangos, uvas, pêssegos ou maçãs).
8h45m: Levar o Bruce ao trabalho.
9h30: Aula de natação do Daniel.
10h30: Ida à biblioteca que fica mesmo ao pé da piscina e do parque. O Daniel escolhe um livro para ler (com ajuda) e o Benjamin escolhe uma história para ser a mamã contar. O Joel gatinha pelo chão da biblioteca à procura de caixas de DVDs para roer.
11h: Hora  do parque com actividades gratuitas: brincadeiras na areia ou na água, trabalhos manuais, saltos no trampolim, etc.
12h: Almoço gratuito para os miúdos no parque.
12h30m: Super hero training! (ginástica para miúdos)
1h: Regresso a casa - os miúdos vêem desenhos animados enquanto eu trato do Joel, arrumo a cozinha e trato da roupa.
2h: Hora do trabalhinhos: estou a ensinar o Daniel a ler em Português (e a tentar ver se ele perde o sotaque irlandês quando fala) e o Benjamin está a aprender letras e números (em inglês).
2h30m: Depois de acabarem os deveres, jogam um pouco com o iPad enquanto eu me continuo a divertir a cozinhar e a limpar a casa (ah, ah, ah, como eu gosto disto).
3h30: Duas vezes por semana levo o Ben à aula de Taekwando (que fica mesmo ao pé da nossa casa). O Joel diverte-se com o movimento e o barulho da aula e começa aos pulos e gritinhos no carrinho.
4h20m: Regressamos a casa e começo os preparativos para o jantar.
5h: Vamos buscar o Bruce.
6h: Se está calor, damos um mergulho na piscina do condomínio e depois jantamos.
8h15m: O Daniel e o Benjamin vão para o quarto ouvir uma história da bíblia, rezam e a mamã ou o papá dão miminhos de boas noites. O Benjamin fica a dormir em dois minutos. O Daniel fica a sonhar acordado pelo menos meia hora.
8h30m: Supostamente a hora do Joel adormecer (ainda estamos em negociações).
9h30m: Depois de arrumada a cozinha, eu e o Bruce vemos um episódio de uma série no Netflix. Pouco depois, caminha, que amanhã voltamos a fazer isto tudo outra vez!

As quartas-feiras no parque são dias de brincadeiras na água. Hoje até tinham escorregas insufláveis com uma piscina no fundo!





Monday, August 04, 2014

Branca e radiante vai a noiva...

Para completar a nossa experiência cultural, fomos a um casamento americano. Ok, o noivo, Edward, é irlandês - amigo dos tempos de faculdade do Bruce - mas a noiva, a Laura, é americana e quando se trata de casamentos já se sabe quem é que manda.

O cerimónia foi num pequeno hotel histórico, o Columbia Gorge Hotel, onde chegou a estar hospedado o famoso actor Rudolph Valentino nos anos 20. A vista era absolutamente incrível, com uma varanda por cima de uma cascata enorme! O casamento civil foi ao ar livre, com girassóis a decorar as cadeiras brancas e o rio Columbia como pano de fundo.

Começou com um pouco de atraso, com a entrada do noivo com a mãe. Seguiu-se a mãe da noiva com o filho. Depois o padrinho com a primeira dama de honor e mais três damas de honor acompanhadas de groomsmen (homens de honor:-) . Veio depois o menino das alianças e mais duas meninas das flores. E finalmente, apareceu a noiva! Puxa, a procissão quase levou mais tempo do que a cerimónia em si!

Estava bastante vento, ao ponto de o véu da noiva ir pelo ar - mas o noivo conseguiu apanhá-lo mesmo a tempo. O Joel estava a preparar-se para fazer uma grande algazarra durante os votos, mas conseguimos distraí-lo com comida. Correu tudo muito bem, e o casal estava radiante.
Seguiram-se os aperitivos que, para além de petiscos cozinhados, incluiam fruta, queijo e vegetais crus. Por aqui comem-se muitos vegetais crus: não só cenouras, tomates e pimentos, como também brócolos, couve-flor e cogumelos. É verdade que havia um molho para acompanhar, mas eu que normalmente gosto tanto de cogumelos parecia que estava a comer esferovite...

O copo de água em si foi também ao ar livre, num lindo cantinho verde rodeado de árvores e flores. Não conhecíamos nenhum dos convidados, mas ficámos numa mesa com um grupo simpático de irlandeses que estavam sempre na galhofa. Só levámos o Joel connosco (o Daniel e o Benjamin ficaram na casa de amigos) que se divertiu a gatinhar pela relva.


Achei curioso que os noivos dançaram sozinhos antes do jantar, quando estavamos todos com a entrada servida à nossa frente (espinafres crus com esferovite, perdão, cogumelos crus). Olha os noivos a dançarem tão bem, estão tão apaixonados, ficam mesmo bem juntos... E vá lá, toca a despachar que a gente quer comer!

Veio depois o prato principal que pareceu seguiu a tradição irlandesa: escolha de carne (bife de vaca) ou peixe (salmão). Para sobremesa, foram os discursos: do pai da noiva, da dama de honor, do padrinho e do noivo. Felizmente, não foram muito longos e o champanhe era muito bom!

Não pudemos ficar para o baile porque tínhamos de ir buscar os miúdos, mas ainda comemos uma fatia do bolo de noiva (é verdade, por que razão é que em português nós dizemos bolo de noiva? Então o pobre do noivo não tem direito a bolo?).

Wednesday, July 30, 2014

Feitos num oito

Desde sexta-feira que não temos parado de um lado para o outro, a tentar aproveitar ao máximo as últimas 3 semanas por aqui. Há tanto para fazer... mas o tempo é pouco e as distâncias são longas. Além disso, andamos de rastos porque o Joel continua a dar más noites.

Sexta fomos jantar a casa de amigos que vivem no outro lado de Portland e nos convidaram para uma sessão de cinema ao ar livre no jardim de uma escola.  Ainda não tinha visto o filme Frozen e foi engraçado ver miúdos (e especialmente miúdas) de pijama a cantarem (ou melhor, berrarem) a música "Let it go". Infelizmente, ficámos mesmo gelados (estávamos todos de calções nesse dia e a temperatura arrefeceu bastante à noite), mas as pipocas ajudaram a aquecer.

Sábado fomos ao Evergreen Aviation and Space Center - vimos foguetões, aviões e uma sessão de cinema 3D (Mysteries of the Unseen World).
Os astronautas do futuro na Gemini Capsule (de gémeos não têm nada...)
Here comes the airplane...

Este museu tem o maior avião alguma vez construído (o Spruce Goose, que até apareceu no filme O Aviador) e também o modelo mais veloz (o BlackBird). Ah, e um dos edifícios tem um Boing 747 estacionado no telhado... porque fica giro.

No domingo, durante a celebração, os miúdos que tinham ido ao Vacation Bible School na semana anterior foram convidados a ir cantar à frente da congregação as músicas que tinham aprendido. O Benjamin foi logo disparado e fez os gestos todos.


À tarde, fomos visitar o jardim japanês, mas ficámos um pouco desiludidos. Não é que não fosse bonito, mas foi caro, pequeno e não tocou a alma. Pelos visto o Japão não tem grande piada no Verão...

Na segunda, fizémos oito anos de casados. Tinham-nos avisado que os sete anos eram complicados, os casais tendem a discutir mais, as coisas dão para o torto, etecetera e tal. Nós preparámo-nos para o pior e esperámos a tempestade. Ainda estamos à espera :-)

Para celebrar, fomos todos ao zoo (há lá alguma coisa mais romântica do que um hipopótamo, hein?). Estava imenso calor, mas havia várias zonas com pulverizadores de água e os miúdos passaram o tempo a encharcar-se. Gostei imenso de entrar na grande gaiola dos papagaios - tê-los mesmo ali ao lado  a fazer uma chinfrineira e a dançar à nossa volta.
O Joel não parece ter partilhado da minha opinião.

Exprimentei um novo sabor de gelado - caramelo salgado - é exquisito mas muito bom! Como estava tanto calor, muitos dos animais estavam a fazer a sesta (leopardos, tigres, leões), do urso polar só conseguimos ver uma orelha a aparecer atrás da rocha, mas ainda assim valeu a pena.

 O Daniel a espreitar a casa dos mangustos


Sunday, July 27, 2014

Daniel, o Pensador

O Daniel tem uma imaginação muito fértil e está sempre a inventar engenhocas e a transformar os brinquedos ou jogos em algo... diferente. Às vezes são criações tão estrambólicas, com tantos nós ou fita-cola e as explicações do meu pequeno Inspector Gadget são tão complicadas que eu fico sem perceber muito bem qual era a intenção. Outras vezes, ele faz coisas lindas como isto:


Isto, diz ele, é o Céu, com Deus no centro e as pessoas às volta. Só mesmo o Daniel para transformar as notas do Monopoly Pokémon numa visão celestial...


Monday, July 21, 2014

Água e areia

Temos a sorte de o nosso condomínio ter  uma piscina. Ora, já cá estamos há sete semanas e o entusiasmo dos miúdos em relação à piscina ainda não esmoreceu... Todos os dias continuam a pedir para ir dar um mergulho. Antes de chegarmos aqui, o Daniel recusava-se a pôr a cabeça debaixo de água e tinha bastante medo. Agora, passa o tempo nisto:
Até dá cambalhotas na água e umas braçadas sem apoio. O Benjamin está feito um patinho, mas continua a gostar de pedir boleia ao papá.
E o Joel diverte-se imenso e dá gritinhos sempre que vê os manos na água (e às vezes também vai).

Não é só a água da piscina que os fascina... Qualquer bebedouro é sempre uma ocasião de festa para o Daniel e o Benjamin que nestas últimas semanas beberam mais água do que no resto do ano! Ontem passámos o dia no centro de Portland (fomos de comboio para evitar o trânsito) e um dos pontos altos da excursão foi... um multibebedouro  (ao menos não houve discussões para ver quem bebia primeiro)!
Para além da piscina, os miúdos todos os dias pedem para brincar na areia (aqui muitos parques têm zonas para os miúdos fazerem construções na areia). Como não tenho grande pachorra para andar sempre de toalha atrás e com uma garrafa de água para lhe limpar os pés, geralmente só os deixo brincar na areia dia sim, dia não. Ontem era dia sim, mas como fomos ao centro de Portland, pensei que me safasse. É o safas... Quando chegámos à  praça principal, a Pioneer Square, demos com isto:
And the rest is history.

Thursday, July 17, 2014

Maratona gatronómica

Não, não andámos a experimentar os famosos food carts em Portland (mas ainda o havemos de fazer). Só na última semana demos três jantares cá em casa! O que vale é que não temos mais nenhum planeado por uns tempos...

Jantar número 1: O Bruce tem dois colegas chineses que acabaram de chegar a Portland. Como sempre foi muito bem tratado das quatro vezes que foi à China, o meu marido quis retribuir o favor.  As visitas chegaram com três caixas de chocolates mas não tiveram lá muita sorte: o abacate que usei para a fazer a entrada não estava devidamente maduro, o pseudo bacalhau à Brás não tinha sabor ou textura de jeito (as batatas que arrangei cá , hash browns, não resultam) e, para terminar em beleza, o gelado mais enjoativo que já comi (Cokie dough, blegh!).  Assim que acabaram a sobremesa, pediram um copo de água e foram-se embora o mais depressa possível, não fosse eu oferecer-lhes mais comida...

Jantar (ou melhor, almoço) número 2: Aqui há duas semanas fomos jantar com um casal americano muito simpático da Bethany Baptist Church que têm duas meninas da idade do Benjamin e do Daniel. Como já nos estamos a sentir um pouco em contagem decrescente para o regresso (já só falta um mês), decidi não adiar convidá-los. Vieram carregados com pepinos da sua horta e um saquinho de cerejas (mham!). Correu um pouco melhor do que o anterior (pelo menos eles não fugiram a seguir à sobremesa e ainda tivémos tempo para conversar). Bem, a dizer a verdade, uma das meninas magoou-se, o Daniel perdeu um dente e a máquina de lavar a loiça avariou-se, mas tirando isso, tudo bem.

Jantar número 3: O Bruce tem um dos amigos da faculdade a viver cá em Portland que se vai casar enquanto estamos cá! Eles queriam entregar o convite em pessoa e eu queria aproveitar para conhecer a noiva antes do casamento. À terceira foi de vez - a comida saiu mesmo bem! Infelizmente, a noiva não pode vir, mas mandou um ramo lindo de girassóis, chocolates e um ananás (que por cá é um símbolo de boas-vindas).

E aqui fica esta foto para este post não ficar aborrecido. Digam lá se o chapéu do Joel não é giro?





Monday, July 14, 2014

Mount Hood

Neste sábado finalmente fomos  ao Mount Hood. Mesmo antes de aterrarmos em Portland, fiquei com a imagem impressionante desta montanha coberta de neve e rodeada por kilómetros de floresta gravada na memória.  Levámos mais três horas para sair de casa e apanhámos bastante trânsito (mesmo com quatro faixas de cada lado, atravessar Portland é complicado), mas valeu a pena.

A meio do caminho parámos para dar um passeio pela floresta. As árvores continuam a fascinar-me. São tão tão GRANDES! Para terem uma pálida ideia das dimensões, comparem o tamanho do Bruce e dos miúdos com as árvores (e eu nem sequer consegui incluir o topo das árvores na foto).

Além disso, os ramos de algumas espécies de árvores estão completamente vestidos de musgo (parece uma floresta encantada da série Once upon a time):
Ao fim de um passeio esgotante de 10 minutos (com o Benjamin a arrastar-se e a pedir para ir às cavalitas), lá regressámos ao carro em direcção à montanha. Pouco depois, vimos isto do carro:

Lindo, não é? Seguimos até ao ponto mais alto a que se pode aceder de carro. Aqui está uma foto dos audazes exploradores (5 minutos antes de se começarem a queixar de que estavam cansados de subir):
 E chegámos à neve! Que estranho estarmos de manga curta e não termos frio...
"Vá lá meninos, façam um boneco de neve! Meninos?!..."
... Quem quer brincar com neve quando há lama à mão de semear... Sinceramente, vir tão longe para isto. "Lama temos nós na Irlanda! Saiam daí, tão todos sujos!"

Antes de regressar, ainda demos uma espreitadela à estalagem Timberlodge, construída em 1937 (parte do New Deal) e inaugurada por Franklin Roosevelt. A viagem de regresso foi longa e... "Boring"? É verdade, passámos perto de uma terra chamada Boring que, curiosamente, fica ao pé de Happy Valley. (Hmm, quererá isto dizer que as pessoas felizes são um bocadinho aborrecedoras? A toponímia tem que se lhe diga...)



Thursday, July 10, 2014

Sim, Senhora!

O Benjamin é teimoso que nem uma porta e um "negociador" de primeira apanha. Pouco depois de fazer dois anos começou a fazer birras descomunais e desde o início decidimos (o Bruce e eu) não dar o braço a torcer. Um dia, ele recusou-se a pedir desculpa (já nem sei a que propósito) e foi para o canto de castigo até estar disposto a fazê-lo. Lá ficou de pé e de vez em quando eu ía passando por lá a ver se ele já tinha amolecido... Qual quê! Ficou assim 45 minutos até adormecer em pé!  Quando o acordei para o levar para a cama, continuava a recusar-se a pedir desculpa... mas eventualmente capitulou.

Apesar das muitas dores de cabeça e vergonhas em público que passámos, felizmente ele tem melhorado, só que agora em vez de birras, entra em negociações. "- Benjamin, vá lá, come mais cinco colheres." "- Não, mamã, como seis." (ele sabe que se escolher um número menor do que o meu eu não vou na cantiga). "- Benjamin, arruma o jogo." "- Só se me ajudares mamã." "- Benjamin, vem cá." "- Só se me deres a mão". E por aí adiante.

Para tentar moldar um pouco o carácter do nosso filho do meio decidimos inscrevê-lo no taekwando. Mesmo aqui ao pé de nós há uma academia fantástica e começam logo a ensinar os miúdos aos quatro anos. Ele ficou tão babado quando vestiu o dobok pela primeira vez!

(Notem que o professor até escreveu o nome dele em coreano no uniforme!)

Durante a aula, o Benjamin estava fascinado com os movimentos, as palavras em coreano e com o coro em voz alta a responder ao mestre "YES, SIR!" Estava a tentar concentrar-se, mas era tanto para aprender que ou fazia o movimento, ou dizia as palavras, raramente os dois ao mesmo tempo. Deu-me vontade de lhe ir dar um abraço e segredar que com o tempo ia ser mais fácil (mas não o fiz). Lá para o fim da aula, o mestre Lee, muito sério e circunspecto, pergunta: "IS EVERYBODY HAVING FUN?" Toda a gente responde "YES, SIR!" (se dissessem que não provavelmente estavam feitos ao bife).

O Benjamin não saiu de lá nada acanhado e está convencido de que é um craque no taekwando. Mal posso esperar pelo dia em que quando eu lhe pedir para fazer alguma coisa ele responda com a mesma convicção (e sem negociações): "SIM, SENHORA!"

Monday, July 07, 2014

Independence Day

Sexta-feira passada foi celebrado o Dia da Independência dos E.U.A. Foi especial estar cá em carne e osso e poder fazer parte desta celebração que tantas vezes aparece em filmes ou séries de televisão. A igreja a que costumamos ir tinha um programa simpático para o 4 de Julho e aproveitámos a oportunidade. Foi um barbecue simples mas saboroso: hambúrgueres, cachorros quentes e salada com melancia.

Havia insufláveis, algodão doce, "snow cones" (gelo picado com corantes e servido em cones de plástico), face painting e jogos. O Benjamin apressou-se a pedir para lhe pintarem a bandeira da América na mão.
O Daniel ficou em êxtase ao ganhar a corrida de sacos e passou o resto da tarde a mostrar a medalha a conhecidos e desconhecidos. Ao fim da tarde já quase todos os miúdos tinham ganho uma medalha nalgum jogo, mas o Daniel continuava a achar que tinha ganho os jogos olímpicos.

À noite é tradição haver fogo de artifício. A diferença é que para além dos espetáculos oficiais, qualquer pessoa pode comprar e lançar os seus próprios foguetes. Nós não nos aventurámos, apesar de termos passado imensas tendas com foguetes à venda. Não sabíamos bem onde ir à noite e acabámos por experimentar um dos locais sugeridos na net - mas não tivemos sorte, as árvores da montanha tiravam a visibilidade. Ainda assim, valeu a pena a viagem de carro, porque ao longo do caminho vimos imensos foguetes isolados, lançados por particulares.

No sábado finalmente fomos à praia, a uma terra chamada Seaside (que nome tão original...). Assim que entrámos, demos com este sinal: Tsunami Evacuation Route.

Mau, se calhar ir à praia não foi lá muito boa ideia... Mas não podíamos ir embora sem dar um mergulho no Oceano Pacífico. Confesso que fiquei um pouco desiludida. O Pacífico - pelo menos nestas bandas - não cheira tanto a mar como o Atlântico, é mais ou menos como querer comparar uma água de colónia fraquinha a um bom perfume. Não havia conchas, nem pedrinhas - só imensas carapaças de caranguejos e restos de foguetes que tinham sido lançados na noite anterior. A água era limpa... e fria. Ora bolas, devíamos ter ido para a Califórnia.

Enquanto o Bruce nadava um pouco, os miúdos divertiam-se na areia. O Joel gostou tanto tanto...
 ...que quando dei por ele, já tinha almoçado!
 À tarde fomos a um aquário que os miúdos gostaram imenso - puderam dar comida às focas, ver um polvo e enguias bem pertinho, descobrir várias espécies de peixes e tocar em anémonas e pepinos do mar. Antes de regressarmos a casa, ainda passámos por um pequeno centro comercial com um carrossel no meio das lojas. Não resisti a deixá-los dar uma volta.



Friday, July 04, 2014

Super Ginástica

Até aqui há duas semanas, confesso que estava a ficar preocupada a pensar como havia de entreter os miúdos o verão inteiro. Temos cá poucos livros e brinquedos, e os amigos deles ficaram na Irlanda.Todos os dias deixava o Bruce no trabalho (só temos um carro) e depois seguia com os rapazes para um parque. Como ainda era cedo de manhã e as crianças daqui ainda não estavam de férias da escola, eles (e eu) tinham pouca companhia.

Um dia, decidi procurar uma biblioteca  "Não, mamã! Queremos ir a um parque!" Não lhes dei ouvidos. À chegada, ficaram radiantes - a biblioteca estava fechada e tinha um parque infantil mesmo à frente. "Ganhámos mamã!" Felizmente, a biblioteca abriu passada meia hora e lá os consegui arrastar para o reino dos livros. O Daniel leu um pouco com a minha ajuda e depois eu li um livro que o Benjamin escolheu..

Quando saímos, estavam várias pessoas a transportar bolas, hulla hops, raquetes e a espalharem-nas pelo relvado ao pé da biblioteca. Curiosa, fui perguntar o que passava. Naquele dia, naquele mesmo dia,  começavam as actividades de verão do parque. Deram-me um folheto com informação e explicaram que iam estar ali até  todas as semanas de segunda a sexta até 15 de Agosto (o dia em que regressamos à Irlanda!). Há trabalhos manuais diferentes todos os dias, jogos, caça aos gnomos, almoço e aulas de ginástica. Tudo gratuito! Escusado será dizer que agora estamos lá caídos quase todos os dias...

Uma das actividades que o Daniel e o Benjamin começaram a levar mais a sério é o "Super hero training". É uma ideia giríssima: 30 minutos de ginástica para miúdos, cada dia da semana inspirado num herói diferente... Segundas é dia do Super-homem, e é vê-los a voar pelo parque. Terça é o homem-aranha e lá estão eles a trepar paredes invisíveis. E por aí adiante. Cada vez que completam 5 sessões de ginástica, ganham um crachá com um super-herói. Ontem os miúdos receberam o cartão oficial e estavam tão orgulhosos!

O Joel também faz ginástica no parque, vai no baloiço para a frente e para trás e passa a manhã a palrar. Quando chega a casa, cai para o lado. Literalmente.


Tuesday, July 01, 2014

Cidade das Rosas

Portland é conhecida como a  Rose City. O clima é perfeito para flores e árvores, que atingem alturas impressionantes. Há tantos parques que durante as duas primeiras semanas andei a explorar um  diferente com os miúdos todos os dias... e ainda não esgotei os parques todos sugeridos pelo GPS num raio de apenas de 3 a 5 Kms!

Quando chega o fim-de-semana, fazemos grandes planos de ir explorar mais além... mas as noitadas do Joel, a preguiça dos sábados de manhã, e as limpezas ou compras para a semana quase sempre acabam por nos obrigar a fazer programas menos ambiciosos. Este sábado, conseguimos sair de casa ao meio dia - uma grande melhoria em comparação à semana passada em que saímos só às 3 da tarde - e fomos visitar um dos ex-libris da cidade, o International Rose Test Garden. Este jardim tem cerca de 550 variedades de rosas! E logo calha Junho ser o melhor mês do ano para visitas, com as roseiras carregadas de flores.

Os miúdos não se interessaram lá muito pelas rosas e ainda bem... Se algum deles se tivesse lembrado de arrancar uma flor para a mamã, teríamos de pagar $500 de multa!

Para pôr os Daniel e o Ben a mexer, levámo-los depois a um dos parques infantis mais simpáticos que descobrimos e deixámo-los encharcarem-se no jogo de repuxos do Magnolia Park. Em Portland, felizmente não é preciso ir longe para encontrarmos um sítio giro para as crianças. A tarde estava tão húmida e abafada que fiquei cheia de inveja e por pouco me atirei aos repuxos a cantar: "I'm singing in Portland, I'm singing in Portland...".


Friday, June 27, 2014

Um galão, por favor

Na Irlanda, bebe-se leite como quem bebe água. E tem de ser sem ser fresco ("ultrapasteurizado" significa "estragado" nos países anglófonos). Nos supermercados vendem-se embalagens de 3 litros que não duram muito cá em casa (as papas de aveia, o chá com leite, o lanche, a custarda...). Mas os americanos ainda conseguem ir mais longe: aqui o leite vende-se ao galão (3,78 litros)!


De uma maneira geral, no supermercado as unidades de venda são maiores. Até as promoções são do género: "Compre 10, poupe x!". Isso de "Leve 2 pague 1" é para mariquinhas. Agora já percebo por que razão os frigoríficos americanos são tão grandes!

E já agora, quando pomos gasolina,a unidade usada também é o galão. (Um pequeno aparte,  disse que ainda ia encontrar mais serviços drive-in, e não demorei muito a descobrir uma farmácia drive-thru).

Tuesday, June 24, 2014

Multnomah Falls

 Já cá estamos há um mês e ainda não nos tínhamos aventurado muito para além de Portland e arredores. Este domingo decidimos ir um pouco mais longe e explorar a "Historic Columbia River Highway".

Esta estrada guia o condutor através dos pontos mais marcantes da paisagem ao longo do rio Columbia. Começámos numa terrinha pacata, Troutdale, em que a rua principal parecia tirada de um western. Continuámos pelas montanhas, totalmente imersos num mundo de árvores centenárias, encolhidos debaixo de rochedos gigantescos que pareciam esmagar-nos a qualquer momento. 

A primeira paragem foi em Crown Point, um promontório extraordinário com águias a voar mesmo por cima de nós! 



Passámos depois por cascatas lindíssimas, até chegarmos à mais famosa, Multnomah Falls. Quando a vi pela primeira vez, o meu espanto foi tal que o Bruce se assustou (ele estava a conduzir e julgou que estávamos prestes a ter um acidente). As fotos não conseguem transmitir a altura incrível desta cascata (186 metros), mas mesmo assim, aqui fica um cheirinho.



Não conseguimos ir até ao topo com os três miúdos, mas ainda assim chegámos à ponte e pelo caminho vimos uma coruja! Como já estava a ficar tarde, decidimos regressar e lá deixámos os miúdos brincarem com o iPad no regresso.
Sempre que possível, gosto de fazer o balanço das nossas aventuras, de forma a cimentar recordações. "Então, meninos, do que é que vocês gostaram mais nesta viagem?" Respondem duas vozes em uníssono: "De jogar com o iPad!!!".

Friday, June 20, 2014

O apartamento

Ainda não vos falei do apartamento. À chegada tínhamos um cesto de boas-vindas na cozinha. Que simpáticos! Umas bolachinhas, detergente para a loiça, papel higiénico, 300 cotonetes... Trezentos cotonetes?! Mas que usos extraordinários é que os americanos descobriram para os cotonetes? Nós só cá ficamos dois meses e pouco.

Enfim, também havia champô, cabides e um desentupidor de canos. Mau, isto não me cheira bem. Fui espreitar a primeira casa-de-banho e, por cima do autoclismo, estava um aviso: "Esta casa-de-banho está equipada com um autoclismo ecológico. Convém ter um desentupidor à mão já que entupimentos são quase inevitáveis." Fui espreitar as outras três casas-de-banho... todas com o dito aviso. Estamos bem arranjados...

Na cozinha também estava um documento de boas-vindas com uma imagem magnífica de Portland, com o Mount Hood de fundo e "WELCOME" escrito em letras gordas. Que simpáticos! Estavamos demasiado cansados para ler o que quer que fosse e fomos directos para a cama. Só que o Joel, passado pouco tempo decidiu que era hora de levantar e lá tive de me arrastar da cama para fora. Enquanto tentava convencer o Joel de que já não estávamos na Irlanda e que aqui ainda não era de dia, decidi folhear o dito documento.

Começava com informação relativa ao uso da internet e electrodomésticos e assinalava alguns números de telefone de interesse. Até aqui tudo bem. Seguia-se uma  lista minuciosa de prejuízos a cobrar se a manutenção do apartamento não fosse impecável: desde a carpete, às lâmpadas, com preços absolutamente absurdos. E para acabar em grande, as duas últimas páginas estavam dedicadas a... infestações, com seis imagens ampliadas e a cores de animaizinhos fofinhos: baratas, aranhas, formigas... Eu ainda hei-de tirar uma foto para vocês verem mesmo que não estou a gozar. Pelos vistos as infestações não são...infrequentes quanto seria de esperar. Que simpático da parte da gerência manter-nos tão bem informados.


Wednesday, June 18, 2014

Pernas para que te quero...

Levei algum tempo a habituar-me ao carro por aqui. Para além de ser automático, é maior do que o nosso carro na Irlanda e as estradas de cá têm tantas faixas que me deixam "zonza" (especialmente para quem como eu estava habituada a conduzir todos os dias numa estrada pacata e estreitinha, no meio do campo).

Além disso, as regras da estrada são um pouco diferentes: um sinal vermelho é ... relativo. Nos E.U.A, se o semáforo estiver vermelho e nós quisermos virar à direita, podemos avançar desde que não venha outro carro. E o estranho é haver tantos carrões, mas os limites de velocidade serem tão baixos (aproximadamente 90km/h na auto-estrada).

Agora que já me sinto mais à vontade, descobri que posso passar a viver no carro com os miúdos. Andar a pé é um conceito um pouco estranho por estas bandas (quanto mais não seja porque atravessar uma estrada com 3/4 faixas de cada lado é um bocado arriscado, a menos que sejamos o Usain Bolt).
Não se trata só de restaurantes drive-thru e cinemas drive-in, há ainda caixas multibanco drive-up e cafés drive-thru! E para pôr gasolina também não saimos do carro, é só baixar o vidro, dizer quanto se quer ao empregado e passar o cartão de crédito para pagar. E aposto que ainda não descobri todas as possibilidades. O que estará por trás desta vida agarrada ao volante - pressa ou preguiça?
De pequenino se torce o pepino... Até os carrinhos no supermercado habituam os miúdos a viver sobre rodas.

Saturday, June 14, 2014

Ser Mendonça

Ser Mendonça é quase sinónimo de ser distraído (poucos na família escapam a esta sina). Eu não escapei, mas até agora tenho conseguido viver com alguma qualidade de vida.  Lá vou tendo um ou outro episódio embaraçoso, mas geralmente estão suficientemente espaçados para não achar que fiquei totó de vez.

Esta semana a situação agravou-se. Não sei se é das noites sem dormir por causa de o Joel, se é de estar sempre com os três miúdos à minha volta a sugarem-me a atenção, a verdade é que estou a padecer de distracção aguda. Ora vejam:

- Anteontem fui à loja a correr mesmo antes de fechar. Precisávamos urgentemente de papel higiénico para as quatro casas de banho do apartamento (temos mais WCs que quartos, um disparate...). Cheguei a casa com 8 rolos de papel higiénico muito em conta. Missão cumprida. Até ouvir o Bruce dizer: "Puxa, oito rolos de papel de cozinha?!  O Joel não vomita assim tanto..."

- Hoje fui comprar cartões de aniversário para os meus sogros (fazem os dois anos para a semana). Os miúdos só queriam mexer em tudo na loja e eu só estava a ver quando é que deitavam alguma coisa abaixo. Não tive lá muito tempo para escolher cuidadosamente os postais, mas o que conta é a intenção, não é? Bem, a intenção e as palavras... Quando fui para escrever os postais com os miúdos, reparei que em vez de ser um cartão de aniversário para uma "avó querida", dizia...para uma"neta querida". Ora bolas, parece-me que não vou poder usar este postal durante algum tempo. Ao menos o do meu sogro parecia adequado para oferecer a um respeitável septuagenário: uma paisagem serena, com montanhas semelhantes às que rodeiam Portland e um simples "Happy Birthday" por cima. Abri o postal e tinha uma mensagem lá dentro: "Votos de um feliz aniversário para um rapaz impecável". Ora bolas outra vez.


Os três grandes responsáveis pela deterioração da minha sanidade mental.

Friday, June 13, 2014

A viagem

... Começou mal. Sabíamos que nos vôos transatlânticos há uma espécie de berço que se pode usar para evitar que os pais tenham de segurar o bebé o tempo todo. O que não sabíamos é que esse temos de reservar esse "berço" com antecedêndia. Apesar de termos chegado muito cedo ao aeroporto para o check-in, o lugar com esse tal berço já tinha sido ocupado.

O Joel percebeu logo que a mamã ficou ligeiramente stressada a pensar que ia ficar com ele agarrado ao colo 8 horas e toca de desatar a chorar ainda antes de o avião descolar. Tive de sacar da minha arma secreta - maminha para fora!  O que valeu é que o Daniel e o Benjamin nem piaram, sempre entretidos com os jogos e filmes disponíveis no avião. O primeiro vôo acabou por ser mais curto do que o previsto (umas míseras 7 horas) e no aeroporto de Chicago até havia uma zona para crianças brincarem e correrem à vontade enquanto esperávamos. Depois, mais 4h30m de vôo até Portland, onde chegámos às 3 da manhã (hora portuguesa) vs 19h (hora local). Nessa altura já nem sentia os braços, nem as mam... Pois. E o pobre do Daniel e do Benjamin eram autênticos zombies.

Mas ainda faltava ir buscar o carro de aluguer e guiar meia hora até ao nosso apartamento. Muito organizados,  tínhamos trazido o nosso GPS já com a morada gravada e tudo! Saimos do aeroporto e... o GPS não se ligava. SOCORRO! Quase à beira de um ataque de nervos, carregámos tantas vezes no botão , que finalmente a geringonça acordou. Chegados ao apartamento... não havia onde estacionar. A não ser ao lado de uma boca de incêndio. Hmm, aquele buraco no meio de uma longa fila de carros parecia um pouco suspeito, mas nós estávamos desesperados. Estacionámos. Ah... agora sim, chegámos... e eu abro a porta do carro e BANG. Bato na maldita boca de incêndio e deixo uma mossa no carro.

Bem-vindos a Portland.


Tuesday, June 10, 2014

Era uma vez na América...

Passados 3 anos... passámos de quatro a cinco. E para não destoar, foi mais um rapaz, o Joel. Pensei que por esta altura o blogue já se tivesse perdido no limbo da net, mas continua teimosamente por aqui. Devia deixá-lo sossegado porque o título está agora geograficamente desadequado. Quando muito, talvez pudesse mudá-lo para " A vida na terra das ovelhas felizes". Não, não, a chuva continua pela Irlanda - nós é que não estamos por lá.

Este verão estamos em Oregon, nos E.U.A.. O Bruce teve uma oportunidade de transferência temporária no trabalho com a família de atrelado, e nem pensámos duas vezes (isto é, até começar o vôo transatlântico com 3 miúdos... "WHAT WERE WE THINKING?!"). Enfim, sobrevivemos o vôo e estamos agora a ambientar-nos ao  American way of life. O curioso foi descobrir que a cidade onde viémos parar parece ser a fusão perfeita entre o sol de Portugal e o verde da Irlanda. O resultado é Port...land.

Apesar de ter os três miúdos agarrados à minha saia TODOS os dias, a TODAS as horas,  não queria deixar de documentar esta nossa aventura em família. E pronto, vou já publicar isto antes que me arependa!