Thursday, June 29, 2006

O meu pé esquerdo

Depois de terminado o musical, fiquei com demasiado tempo livre. Então, já que tinha persuadido o Bruce para cantar e dançar comigo em Anything Goes, decidi deixar-me levar para a equipa de tag rubgy. Este desporto não é violento (ao contrário do rugby tradicional), mas ainda assim a minha mãe ficou alvoroçada: "Imagina que partes uma perna, e vais engessada para o casamento, ou então ficas com um olho negro?!" As mães têm destas coisas. Mas também é verdade que quase sempre têm razão.

Escusado será dizer que, após esta conversa telefónica, comecei a ir com o pé atrás para os treinos. Comecei a faltar mais e já tinha decidido deixar de jogar 15 dias antes do grande dia.

Utimamente tenho tido os serões bastante ocupados e além disso estive um pouco adoentada na semana passada, razões mais que aceitáveis para não ir jogar tag rugby. Ironia das ironias: fiquei com uma tendinite no meu pé esquerdo exactamente quando não fazia qualquer desporto! Vá-se lá perceber... Na terça-feira tinha ido para a cama com uma leve dor no pé. Quando me levantei no dia seguinte, comecei a coxear e a cada vez que me apoioava do lado esquerdo, sentia desconforto. Continuei a andar e a insistir. Até que ontem à noite o pé inchou e a dor se tornou mais forte e agora não posso de todo fazer pressão sobre o meu pé esquerdo.

A minha vida tornou-se um verdadeiro jogo da macaca: vou para todo o lado ao pé coxinho. Entretanto, um amigo, dono de um restaurante, arranjou-me uma bengala que um cliente esquecera 5 meses atrás (ainda bem que há mais pessoas tão despistadas como eu... nem sabemos o bem que andamos a espalhar pelo mundo:-)

Ainda assim, a bengala não foi suficiente para subir os dois andares e chegar ao trabalho: tive de ir às cavalitas do Bruce. Confesso que não sei se regressei à infância ou se saltei para a terceira idade...

Tuesday, June 27, 2006

Adeus inesperado

Foi na semana passada, mas ainda não tinha tido tempo de escrever sobre esta despedida. OlaTunde, um amigo meu nigeriano que vivia já há 5 anos na Irlanda, viu-se forçado a regressar ao seu país de origem porque o visto expirava na sexta-feira. Tinha-o conhecido 3 anos atrás, quando cá estive em ERASMUS. A universidade inteira conhecia o seu enorme sorriso e a sua frase mais ouvida: "God is good".

Durante este tempo, Olatunde estudou na Universidade e depois fez de tudo um pouco. Até que se viu sem trabalho. Sem visto. E sem tempo.

Foi aflitivo vê-lo tentar empacotar 5 anos em pouco mais de duas malas. Os nervos impediam-no de fazer escolhas. Voltava as costas ao relógio de parede e ia distribuindo pelos amigos aquilo que não podia levar. A 20 minutos do último autocarro para Dublin, onde iria apanhar o avião para a Nigéria, Olatunde não conseguia deixar o seu quarto: uma e outra vez voltava atrás para trazer mais qualquer coisa. Tivemos de o puxar para o carro e arrancar para a estação, onde chegou a tempo de comprar o bilhete e tirar uma foto de despedida com os amigos.

Ontem voltei a olhar para a foto: o sorriso continua lá... atrás de lágrimas envergonhadas.
Fica bem Tunde.

Thursday, June 22, 2006

Lista de casamento

A pedido de algumas pessoas, deixo aqui o endereço electrónico da loja em que temos a lista de casamento, para aqueles que estão interessados em comprar uma prenda online. Por favor, não se sintam de todo na obrigação de o fazer, é apenas uma sugestão.

http://www.roches-stores.ie/pls/gift/gift0090.get_query


O nosso "registry number" é: 201884.
Também nos podem encontrar pelo nosso nome ou data de casamento.

Nota: A partir de 27 de Junho, começam os saldos e vários productos da lista vão ter uma redução de 15% a 25%, por isso esperem até lá.

Small World

Esta semana tem sido demasiado intensa... No sábado fui a Cork visitar umas amigas e acabei por escalar as montanhas Galtee e apanhar um escaldão nos ombros. Um escaldão, na Irlanda, com a minha pele morena: o impossível acontece! Ainda assim valeu a pena pela magnífica paisagem e pela sensação indescritível de ter conseguido chegar ao cume . Prometo que mostro as fotos assim que possível. Quando estava já de rastos, as minhas amigas surpreenderam-me com um jantar-despedida-de-solteira num dos restaurantes mais acolhedores em que já estive: Leonardo's. E mais não digo.

No dia seguinte, ainda antes de regressar a Limerick dei uma volta por uma feira de emprego: nada a registar, sempre o mesmo trabalho enfadonho para quem domina várias línguas - technical support, customer service...

Segunda-feira: fiz 25 anos. Aliás, vinte e cinco - o número, assim por extenso, ganha mais peso. Para o tornar insuportável, basta dizer "um quarto de século". O trabalho não correu bem de todo, mas o serão passado com alguns amigos foi um bálsamo.

Terça-feira: Tenho uma chamada não atendida no meu telemóvel e um email à minha espera - uma agência de emprego tem uma oferta que talvez me interesse. Assim que acabo o trabalho, entusiasmada, ligo para o número em questão. Não sabem quem eu sou. Não têm o meu currículo. Mas como é possível se nesse mesmo dia me tinham telefonado?! Afinal há desorganização em todo o lado...

Pedem-me que lhes diga qual é a minha área - línguas, digo eu. Fluente em português, inglês, espanhol, com nível intermédio de francês e italiano. " E fala Alemão?". Nein, foi o que me apeteceu dizer. É verdade que as línguas que falo são bastante semelhantes e fáceis de aprender por "comparação". E, sim, quero aprender alemão, apesar de ainda não ter tido tempo. Mas isto é um abuso... Só falta perguntarem se também faço o pino! (não, não faço)

A história não acaba aqui... "E onde é que trabalha neste momento?" Digo-lhes o nome da empresa. "Ah, sabe, a oferta de emprego é exactamente para essa companhia..." Small world.

Tuesday, June 13, 2006

Alarme

Cinco minutos antes de terminar o trabalho, recebo um telefonema de mais um cliente ansioso por ver o seu problema resolvido o mais rapidamente possível: "Tenho uma apresentação amanhã e não consigo recuperar o vídeo que necessito". Os clientes fazem-me lembrar alguns dos meus ex-alunos, fazendo o t.p.c. à última da hora e, por vezes, com "apoio técnico"... Enfim.

Estava desejosa de me ir embora para casa, e ainda por cima não estava à vontade com o produto em questão e a linha telefónica era péssima. Respiro fundo e ... dispara o alarme de fogo. O barulho é ensurdecedor mas o cliente não desiste: "Olhe, eu preciso mesmo de ajuda". Todos se preparam para evacuar a sala, enquanto do outro lado da linha a voz continua, "mas eu preciso disto para amanhã". É claro que tive de desligar e, ao fazê-lo, ainda ouvi "Chatice!" do outro lado.

É incrível como o ser humano, quando confrontado com problemas, se esquece de que os outros, geralmente, ainda os têm piores... Felizmente, tratou-se de falso alarme e estou hoje de volta ao meu cantinho. Ainda bem que nem todos os clientes são assim.

Monday, June 12, 2006

Mendonca... Haja paciência!

Ontem é claro que não perdi Portugal-Angola, apesar de continuar a achar que é bem mais interessante jogar futebol do que assitir a um jogo sem poder interferir no resultado. Além disso, no primeiro perdem-se calorias, enquanto que no segundo, quase sempre se ganham umas quantas, entre aperitivos e bolachas para acalmar os nervos. Não fiquei particularmente impressionada com a nossa selecção, mas também não envergonhámos ninguém: golo a golo, enche a galinha o papo...

Houve, no entanto, algo que me revolveu as entranhas: tive que aguentar 93 minutos a ouvir o meu apelido a ser mal pronunciado. É caso para dizer: bolas! Alguém que diga ao locutor que não se diz Mendonca e sim Mendonça!

Há três anos atrás, quando vim estudar para a Irlanda ao abrigo do projecto Erasmus, ouvi e vi escritas as variações mais "africanas" do meu apelido (Mendonga e Mondonca eram as mais populares), a tal ponto que ver Mendonca, mesmo sem cedilha, já era uma vitória. Curiosamente, de uma maneira geral, as pessoas até iam dizendo o meu nome de forma aceitável... Agora ter de ouvir insultos destes na televisão - haja paciência!

Tuesday, June 06, 2006

Tenho uma novidade...

Na faculdade, os meus amigos já sabiam que quando eu começava por dizer "Tenho uma novidade... ", quase sempre terminava em "Vou ter mais um sobrinho!". Ontem tive a alegria de saber que voltarei a ser "titi lulu" uma vez mais. Parabéns Clara e Zé Tó! Sempre que isto acontece, sinto que o meu coração se expande para dar lugar a mais um sobrinho (é pena que não se passe o mesmo com a carteira... essa é inversamente proporcional ao crescimento da família:-)

Sempre me considerei duplamente privilegiada por vir de uma família numerosa e por ser a filha mais nova: todos me prestaram imensa atenção, me cobriram de mimo e os meus pais, depois de terem aturado 5 filhos, tornaram-se bastante mais flexíveis... Só o nascimento dos meus sobrinhos impediu que eu continuasse a ser o centro das atenções - e ainda bem! Entretanto já lá vão 11... e meio:-)

Thursday, June 01, 2006

Memória de computador

À medida que ia instalando mais aplicações, o meu computador começava a arrastar-se com o peso da informação. Cada novo programa acrescentado equivalia a pôr-lhe 10 anos em cima: mais sabedoria, menos rapidez... A situação estava a tornar-se insustentável, porque precisava das aplicações à mão e, simultaneamente, tinha clientes pouco satisfeitos e bastante impacientes ao telefone. A solução revelou-se tão simples quanto eficaz: bastou trocar o módulo de memória (DIMM) e voilá! Um PC rejuvenescido, sem perda de dados (claro, dirão os info-expertos).

Seria útil podermos fazer o mesmo com o cérebro humano... Eu, que tenho memória de borboleta, não me importava de gastar uns euros para aumentar a minha RAM cerebral.