Friday, December 28, 2007

Feliz Ano Novo!


Esta foto era para cá estar mais cedo, mas já estamos há uma semana em Sligo e a internet tem estado com problemas. E antes disso, bem, atravessei uma fase de preguicite intelectual. Espero que tenham tido um óptimo Natal (como era de esperar, o Daniel gostou mais do papel de embrulho do que dos presentes) e que o ano 2008 traga o que cada um de vós mais deseja (no nosso caso, uma casa nova). Até para o ano!

Friday, December 07, 2007

5 cêntimos de bom senso



Ninguém gosta de taxas. Parece que a nossa carteira se encolhe só de ouvirmos a palavra. No fundo, pensamos sempre que o Estado nos está a roubar de uma forma constitucional, em vez de premiar o cidadão exemplar que é cada um de nós. Nós até já fazemos reciclagem e tudo, ainda querem mais?

Sim, é preciso mais se queremos mudar o rumo do nosso planeta. Nos últimos 20 anos, o número de desastres naturais relacionados com as condições climatéricas quadruplicou (http://news.bbc.co.uk/1/hi/in_depth/7111623.stm ). Nem era preciso citar dados de um estudo científico, basta estarmos a par das notícias para vermos cada vez mais e maiores catástrofes (o Tsunami de 2004, o furacão Catrina de 2005, a lista negra é assustadora). E agora estão vocês a pensar, "o que é que lhe deu para estar com este discurso apocalíptico"? E digo eu, "Acabei de ver An inconvenient Truth de Al Gore (que, aliás, recomendo vivamente)." É, acima de tudo, uma verdade urgente. Já todos sabemos do efeito estufa. Já todos sabemos que a temperatura no globo está a subir. Já todos sabemos que os glaciares se estão a derreter. Mas quando nos mostram os números, as imagens, as consequências é impossível ficar indiferente.

"Pronto", dizem vocês, "ela não está boa. Então é o meu saquinho de plástico gratuito que está a destruir o planeta?" E digo eu, "É!" O saquinho, e todos aqueles hábitos irrefletidos e comodistas do dia-a-dia: deixar as luzes ligadas em todas as divisões porque sim, não usar lâmpadas económicas porque são mais caras (vejam só o contrasenso!), ir de carro sozinho para o trabalho quando há bons transportes públicos ou posso dar boleia a um colega... Enfim, um sem número de gestos que mantemos que estão a comprometer o meio-ambiente. E a triste verdade é que, apesar de ser tão fácil mudar o nosso comportamento, poucos se dão ao trabalho de o fazer. Por isso, é obrigação do Estado educar os cidadãos. Quando julgava que finalmente o governo de Sócrates tinha tido um boa ideia, eis que volta tudo atrás e se dá o dito por não dito...

Wednesday, December 05, 2007

Caça ao tesouro

Lá em casa sempre houve mais livros do que estantes: quanto mais prateleiras se punham, mais volumes apareciam... Assim, não é de estranhar que eu goste tanto de bibliotecas - têm algo de familiar. É certo que a organização não é idêntica (a minha mãe bem tentava criar diferentes secções, mas com tanta gente a mexer nos livros era tarefa sisífica), contudo respira-se o mesmo cheiro a papel e a histórias.

Infelizmente, a biblioteca em Ennis fica relativamente longe da nossa casa e durante o início da minha licença ia com pouca frequência. Agora, porém, já apanhei o vício e ainda que me arrisque a apanhar uma bátega de água não deixo de ir. Quando finalmente lá chego, sinto-me como uma criança numa loja de doces: a escolha é tanta que não sei por onde começar. Não são "só" livros: há jornais, CDs, DVDs, exposições... Os meus olhos famintos percorrem os corredores, enquanto o Daniel se diverte a fitar as lombadas coloridas. O tempo é escasso - as lombadas não são assim tão giras e o pequenote começa a refilar se a mamã não se decide. A caça ao tesouro termina abruptamente, mas os troféus acumulados são suficientes para umas largas horas de lazer.

Monday, December 03, 2007

Miau miau

Quer o Bruce, quer eu gostamos mais de cães do que de gatos, ele porque é alérgico a felinos, eu por causa de uma história macabra de família em que um tio-bisavô acaba morto por um gato assanhado (e como se isso não bastasse, já vivi num apartamento em Lisboa com uma gata destrambelhada que arranhava quem a acariciasse). O Daniel parece seguir os nossos passos, visto que não tem ligado ao gato de um casal nosso amigo, mas ficou excitadíssimo quando viu o cão de um dos nossos vizinhos. Quis à força pôr-se de pé e "fazer festinhas" (isto é, arrancar pêlos) ao dito cujo que, partilhando do estoicismo canino, continuou a abanar a cauda em vez de fugir a sete patas.


Hoje, porém, não resisti ao Puss-in-boots look* de um gatinho que ultimamente tem andado a miar de porta em porta. Abri a janela e deitei um pedaço de bolo para ver se Sua Excelência se dignava a comer (vejo sempre estes felinos como criaturas simultaneamente altivas e picuinhas). E eis que nem sobram migalhas, tão esfomeado estava! Pronto, derreteu-se-me o coração, e deixei-lhe uma malga de leite à porta. Assim que terminou a sua refeição, saltou para o parapeito exterior da janela já fechada, e lá ficou deitado, à espera de ser contemplado pela sua benfeitora. A verdade é que o Daniel achou imensa piada à mudança de cenário (ele passa imenso tempo a espreitar a rua, e está sempre tudo na mesma...). Maior foi o meu espanto quando, meia hora depois, ao sair para o nosso passeio habitual, o gato fez questão de nos acompanhar. Confesso, estamos os dois rendidos ao "miau-miau"!

* olhinhos de gato das botas (Shrek 2)

PS - Li agora no Público online que em Tóquio há cafés onde os clientes se podem distrair a mimar gatos. Às tantas, a moda ainda pega...