Thursday, August 31, 2006

Knossos


Terceira paragem: Creta

A manhã foi passada nas ruínas do palácio Knossos, centro da civilização minóica. No seu apogeu, chegou a ter 1300 divisões, alcançando 5 andares de altura em partes, com um sistema de água e esgotos extremamente avançado. Hoje, para além destas duas imagens e um ou outro espaço restaurado, visitar o palácio é um exercício de imaginação para ver o que já não está lá. São migalhas de uma civilização intrigante.

A segunda imagem, a sala do trono, foi a parte que mais me despertou a atenção... O trono é particularmente pequeno e estreito e há quem defenda, por isso, que era ocupado por uma mulher. Esta teoria não é a mais popular, mas é sem dúvida a mais curiosa.

A tarde foi passada no museu de Creta... As peças eram interesantes, mas a visita tornou-se cansativa porque a sua disposição era pouco apelativa e a iluminação também não ajudava. Ainda assim, gostei particularmente dos frescos minóicos, que parecem resultar de um cruzamento entra a cultura grega e egípcia... Infelizmente não tenho fotografias.

Tuesday, August 29, 2006

Um cheirinho da Turquia



















Segunda paragem: Kusadasi e Éfeso






Talvez porque as expectativas não eram tão altas, Éfeso impressionou-me deveras e fiquei com vontade de regressar à Turquia. Hoje é uma cidade em ruínas, mas ao passear pela sua avenida principal, rodeada de colunas, fontes, templos, casas, banhos públicos, biblioteca, anfiteatro sente-se que um dia aquele lugar foi um centro cosmopolita e cheio de vida.

Estava imenso calor, mas ainda assistimos a uma curta representação à entrada da biblioteca (imagem à esquerda) , recriando personagens do império romano. O que mais impressionou foi o enorme anfiteatro, com capacidade para 25000 espectadores, que ainda hoje é utilizado em raras ocasiões (imagem à direita). É difícil imaginar que Julio Iglesias e Madonna actuaram no mesmo local onde S. Paulo pregou às multidões...

Mais tarde, regressámos a Kusadasi, onde não escapámos a uma sessão de marketing de tapetes turcos. Fechados numa sala ampla com ar condicionado, o nosso grupo teve que digerir 45 minutos de tapetes a serem desenrolados. De cada vez que um deles era posto aos meus pés e me diziam o preço, tinha medo de o estragar só de olhar para ele... magníficos, sem dúvida, mas mal empregues para tapete. A parte mais simpática da visita foi o momento em que nos ofereceram chá de maçã turco. O único problema foi não poder saborar verdadeiramente a bebida porque a cada instante julgava que ia entornar o copo, deixar uma mancha e ter de sair de lá com um tapete às costas (hmmm, se calhar a bebida era mesmo parte desse plano).

Antes de regressarmos ao barco, passámos pelo mercado. Tanto para ver! Mas tivemos literalmente de fugir de lá porque os comerciantes não nos deixavam em paz. E compre, e faço desconto, e venha aqui...socorro! Não podia admirar nada sem que um vendedor se colasse a mim e me bombardeasse com mais produtos . Acabámos por só comprar chá e "turkish delight".

Monday, August 28, 2006

Love Boat

"Splendour of the Seas " não impressiona tanto por fora como por dentro: 11 andares, inúmeros bares, lojas, duas piscinas, jacuzzi, sauna, ginásio, mini-golf, "rock climbing", SPA, discoteca, grande sala de espectáculos, casino, sala de conferências, galeria de arte, biblioteca, etc... Já estão com inveja? Então já ficam sem ela, porque a primeira parte do barco que eu vi foi a enfermaria!

Tive uma gastroentrite nada simpática e como o diagnóstico não era defintivo, eu e o Bruce ficámos de quarentena por dois dias, fechados no quarto (já estou a imaginar os vossos sorrisos marotos). Ainda assim tivemos sorte porque não perdemos nenhuma das excursões, já que esses dois dias foram passados em alto mar. A cabine era bastante espaçosa , com uma enorme janela, a 2 metros acima das ondas preguiçosas do Mediterrâneo.

No segundo dia, à noite, tivemos autorização para sair e comemos finalmente na luxuosa sala de jantar, onde tínhamos já lugares marcados. Durante o cruzeiro, partilhámos a mesa com uma família americana muito conversadora (casal e dois filhos adolescentes) e um par italiano... que mal conhecemos, já que cada dia chegavam um pouco mais tarde, até os deixarmos de ver de todo. Estavam sempre bem-dispostos, mas os seus estômagos italianos recusavam-se a jantar às 18h30m.

Primeira paragem: Atenas

Há já muito que queria visitar a Grécia, especialmente depois de ter estudado Filosofia. Estava ansiosa por passear pela Acrópolis e ver as cariátides face a face. Apesar de ser um espaço carregado de história, o peso do calor e da cidade gigantesca em redor tapavam o seu encanto. Estava no cimo do monte, ao ar livre, e senti-me claustrofóbica: prédios a perder de vista, sem um pontinho verde, com ruas anoréticas e cinzentas. Que me perdoem todos aqueles que gostam de Atenas, mas a cidade fez-me pena. Faz-lhe falta Sócrates...

Friday, August 18, 2006

Mnham, mnham...



A sala de jantar estava linda, com os arranjos de flores, as velas acesas e música (jazz) ambiente... E a comida estava óptima - aqui fica o menu para vos abrir o apetite:

Abacaxi com frutos do mar e molho rosa
Creme de legumas
Tranches de cherne com molho de lagosta
Perna de porco assada com puré de maçã
Tiramissú

Passou num instante... Entre cada prato íamos distribuindo as prendinhas (canetas e leques) e lá chegou o momento do mini-concerto. Estivemos mesmo a ponto de não ir para a frente com a ideia. A música que tínhamos planeado apresentar não estava ainda bem estudada e à última da hora escolhemos outra - uma peça alentejana com um arranjo giríssimo, mas bastante aguda. Com os nervos, saiu-me a voz esganiçada (desculpas...), mas o concerto foi para a frente.

Os meus sobrinhos e especialmente as minhas sobrinhas apresentaram músicas da Floribela; o meu pai, irmãs e companhia cantaram juntos, e finalmente o pai e a irmã do Bruce e um amigo nosso trouxeram ainda mais canções. O momento alto do concerto foi, contudo, "o samba da titi Luísa" cantado pela minha irmã Teresa, pelo João e pela pequena Carolina:-) Derreteram corações! Quem me dera poder pôr aqui a gravação...

O resto do serão foi passado a dançar e a comer. Os convidados irlandeses ficaram tão maravilhados com a apresentação do buffet (cá não se vê nada disso) que estiveram meia hora a contemplá-lo e a tirar fotos, até que o Bruce e eu tivemos que insistir que sim, era mesmo para comer:-)

Nota: Não percam o próximo capítulo... Lua-de-mel!
E mais novidades: vamos voltar a entrar num musical... "It's Broadway!" está a caminho.

Wednesday, August 16, 2006

Copo d'água


Saímos da igreja sob uma chuva de pétalas de rosa. Como estava imenso calor, tirámos a foto de grupo e seguimos logo para o hotel em busca de refrescos e ar condicionado.

Quando lá chegámos, o espantalho que tínhamos contratado já estava a postos para entreter as crianças... Mas espantado ficou ele (e eu) quando viu que as crianças não lhe prestavam atenção nenhuma! O pobre coitado acabou por dirigir-se aos adultos, enquanto eu tentava reunir a criançada na sala das brincadeiras. E finalmente lá foram entreter-se com pinturas e afins...

Entretanto, no hall do Hotel Colina do Castelo, comia-se e ouvia-se música deliciosa tocada por dois amigos meus, a Susana (violino) e o Rui (acordeão), que deram um toque celta à nossa festa... E, claro, a sessão das fotos com os convidados começou. Confesso que não foi difícil, porque não tivemos que aguentar estoicamente os nossos sorrisos sob um sol abrasador, como fazem geralmente os noivos no Verão ( aliás, esposados - quem esteve no casamento, sabe bem o motivo desta correcção:-) Optámos tirar as fotos no interior do hotel, porque não queríamos que os convidados irlandeses ficassem com a pele cor de lagosta (o facto de nós estarmos com fatos pesados e cheios de calor não teve, obviamente, nada a ver com o assunto).

Decidimos mais uma vez ser pouco ortodoxos e cortar o bolo antes do jantar: assim todos puderam saboreá-lo antes de o estômago estar demasiado cheio... E resultou bem! Enquanto os convidados comiam, escapulimo-nos para o Castelo, tirámos mais umas fotos e ainda regressámos a tempo de fazer um mini-ensaio para o concerto dessa noite.

(to be continued...)

Monday, August 14, 2006

Marchar, marchar

Decidi acabar de uma vez com o suspense. Acreditem ou não, tinha 114 ganchos no cabelo! O Bruce deu-se ao trabalho de os contar no dia seguinte. Chega de penteado, ou nunca mais chego ao altar.

O meu cunhado Amândio ofereceu-se como motorista e a minha afilhada Maria, menina das alianças, veio comigo no carro. Não fomos pelo caminho mais directo para igreja, para dar tempo a que os convidados lá chegassem antes. Ainda assim, estive ainda algum tempo à espera que os últimos entrassem e quando já me dirigia para a porta da sé, apercebi-me de que... faltava o meu pai:-) Mal ele chegou, ouviu-se o início imponente de "Trumpet Voluntary" tocado pelo órgão e pelo trompete. Estou agora mesmo a ouvir a marcha de novo e sinto-me a reviver a entrada.

(Podem ouvir a marcha no seguinte site - a primeira da lista:
http://www.stclementchurch.org/weddings/music.html


Pé direito, pés juntos, pé esquerdo, pés juntos. A peça é relativamente longa, e o Jorge, o meu amigo organista, tinha-me avisado para entrar devagar... Mas devia ter ensaiado com o meu pai e a Maria. Entrámos os três a marchar em ritmos diferentes e quando levantei os olhos e vi os convidados, deu-me um "baque" e achei que ia tropeçar nos meus saltos altos (a que, de resto, não estou habituada). Felizmente isso não aconteceu, e nos últimos 8 metros já ia pé direito, pé esquerdo, pé direito, pé esquerdo, accelerando, que o altar ainda parecia longe.

E levanta-se o véu. Curiosamente, a partir daí senti-me viver fora de mim. Tinha tanto medo que algo corresse mal, dadas as diferenças linguísticas (a cerimónia foi em português e inglês) e religiosas (eu sou católica, o Bruce é protestante). No entanto, correu tudo melhor do que tínhamos planeado. A música foi angelical, as homilias verdadeiramente inspiradas (uma em português pelo meu tio Ilídio, padre, e outra, pelo pastor protestante, nosso amigo, em inglês) e o Bruce e eu não nos enganámos nos votos, nem nos esquecemos das alianças. Foi lindo!

Aqui fica uma benção apache que colocámos na contra-capa do livrinho da cerimónia:

Now you will feel no rain, for each of you

will be shelter for the other.

Now you will feel no cold for each of you

will be warmth to the other,

Now there is no more loneliness for you.

Now you are two bodies, but there is only

one life before you.

Go now to your dwelling place, to enter into

the days of your togetherness.

And may your days be good, and long

upon the earth.

Thursday, August 10, 2006

Terra Firme


Regressei de lua-de-mel no domingo passado (cruzeiro às Ilhas Gregas), mas só agora começo a ter os pés assentes em terra firme. Quando acontece tanto em tão pouco tempo, o coração precisa de digerir lentamente a realidade. Ainda o tenho a transbordar de momentos, memórias e palavras.

Os dias anteriores ao casamento passaram num abrir e fechar de olhos. Dormi bastante bem na véspera e como a cerimónia foi só à tarde, não tive de me levantar muito cedo (sim, uma noiva tem direito a ser preguiçosa;-). Agora adivinhem quantas horas passei no cabeleireiro? Dou-vos uma pista: estive lá mais tempo nesse dia do que no resto do ano todo. Três horas! Valeu a pena quanto mais não seja porque tive direito a sentar-me numa cadeira de massagens enquanto me lavavam o cabelo... E confesso que fiquei muito satisfeita com o penteado (e assustada com o preço!). Mais um desafio: quantos ganchos tinha o apanhado? Fico à espera de comentários, digo para a próxima.

Saí do cabeleireiro já com o véu posto... Tendo em conta que estava ainda de calças de ganga, o conjunto era, no mínimo, invulgar. E foi assim que fui buscar o meu ramo de orquídeas e regressei a casa, o mais sorrateiramente possível, dadas as circunstâncias... Para chegar ao meu quarto antes que os convidados me vissem.

Apertar os todos botões do vestido levou o seu tempo, mas ainda consegui ficar arranjada para tirar as fotos da praxe no quarto. Não tenho paciência nenhuma para poses e os fotógrafos, como já tinham sido avisados, não me torturaram muito :-) Chegada a hora, e como não queria mais de 20 minutos de atraso, comecei a pedir ao convidados para irem para a igreja. Os nervos começaram a apertar e acho que no fim estava quase a enxotar as últimas pessoas que ainda estavam (naturalmente) agarradas aos maravilhosos pastéis de carne da minha mãe... Peço desculpa se fui demasiado brusca.

E por enquanto o relato fica por aqui... Assim que puder continuo. Infelizmente ainda não tenho fotos do casamento, mas fica aqui uma de que gosto particularmente, tirada por um amigo nosso, Ian Collins.