Tuesday, October 30, 2007

Um vaivém especial

Tenho poucas memórias de infância, mas sei que fui feliz. Lembro-me do carinho e paciência que todos tinham para comigo por ser a filha caçula. Lembro-me dos deliciosos bolos e sobremesas de família que agora estou a tentar "recriar" pela minha própria mão. E, finalmente, lembro-me de a casa estar sempre cheia e a mesa sempre posta. Não só éramos uma família numerosa (avó, pais e seis filhos), como tínhamos a porta e o coração sempre abertos. Tios, primos, vizinhos e amigos estavam constantemente a entrar e a sair, entre conversas que se alongavam pelo serão fora. Silêncio, só mesmo durante a noite (e isto se conseguíssemos alhear-nos de um ou outro ressonar...).

Vinte anos e catorze netos depois, os meus pais já se mudaram para um apartamento maior , mas o vaivém continua a aumentar exponencialmente. Por este andar, vão ter de comprar um prédio inteiro... O Bruce, que só tem uma irmã e estava habituado à paz e sossego de Sligo, continua a ficar surpreendido cada vez que vamos a Castelo Branco: "Isto é uma autêntica estação de comboios, com gente a chegar e a partir!".

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